Wow. Simplesmente… wow! Aparentemente tudo aquilo que julgamos saber sobre a conservação do Planeta e a sustentabilidade das nossas ações, está profundamente errado.
Vale mesmo a pena veres o documentário Seaspiracy (Netflix), independentemente de comeres peixe ou não. É preciso que se veja este outro lado do que realmente se passa, há demasiados interesses a trabalhar para que estas coisas não se saibam.
Mesmo as pessoas bem intencionadas, aquelas que recusam usar palhinhas de plástico e vão para a praia apanhar lixo, na generalidade… não têm a mínima noção do que realmente se passa.
Foi uma dessas pessoas que, no decorrer de um documentário sobre o tema, acabou por abrir uma autêntica caixa de pandora ligada ao mundo da Pesca Industrial, e que envolve (muito) crime organizado, escravatura, violência, corrupção, interesses políticos e até as próprias organizações que supostamente defendem o Planeta.
Seaspiracy expõe de forma destemida uma realidade que facilmente poderá custar a vida ao realizador do documentário.
Não seria o primeiro, nem o segundo. É comum observadores internacionais terem “acidentes” e caírem dos navios em alto mar. São coisas que acontecem.
Não quero estar a falar demasiado sobre o conteúdo do documentário para não ser spoiler, mas há coisas que tenho mesmo de destacar.
Nomeadamente: caga nos rótulos que vêm nas embalagens a dizer “pesca sustentável” e cenas do género. Ele foi investigar e essas organizações vivem apenas da receita de vender esse carimbo, mas não fazem qualquer verificação para comprovar se a pesca realmente é sustentável.
Pior ainda, algumas das maiores organizações mundiais de “defesa do planeta” têm por detrás empresas gigantescas com interesse na pesca industrial, e são pagas para nos vender a história de que é preciso parar de deitar palhinhas ao oceano… para desviar a atenção de cenas milhares de vezes mais graves. É só areia para os olhos.
Não tinha noção da escala assustadora da pesca a nível mundial e dos efeitos que está a ter! Não é aquela pesca que conhecemos, do gajo que vai com a sua cana para a marginal… ou do barquinho que sai com as suas redes e volta para sustentar a lota de uma comunidade….
Estamos a falar de autênticas fábricas flutuantes, com redes maiores do que prédios inteiros. Redes onde cabem vários aviões, e que arrastam pesadamente pelo fundo do mar capturando TUDO, destruindo TUDO, matando indiscriminadamente. E muito do que é apanhado na rede vai para o lixo por não ter valor económico.
Como sociedade, é nojento, chocante, desprezível, o ponto a que chegamos por pura ganância. Somos o maior parasita deste Planeta. Esquece, nem parasitas somos.. os parasitas ainda fazem parte do ecossistema. Nós somos mesmo um cancro.
O Planeta ainda tem capacidade de se regenerar. O oceano é extremamente resiliente e pode voltar à sua glória.. se lhe dermos algum descanso. Tem de haver mais consciência da nossa parte, temos de ser melhores do que isto.