É a Puta da Loucura no Pingo Doce em dia de saldos: milhares de portugueses atropelaram-se hoje devido a uma campanha de 50% de desconto. Houve até porrada! É a crise.
Uma verdadeira loucura. Foi assim este feriado no Pingo Doce. Milhares de portugueses decidiram ir fazer compras esta terça-feira aos estabelecimentos da cadeia de supermercados, o que gerou alguns incidentes.
A justificação é simples: o Pingo Doce lançou uma promoção limitada apenas ao feriado de 1 de maio. Assim, quem fizesse compras no supermercado da Jerónimo Martins (JM) com valor superior a 100 euros teria um desconto de 50%. Ou seja, só pagaria metade. Mas só hoje e até ao final da tarde.
A campanha estendeu-se a todos os estabelecimentos do continente e do arquipélago da Madeira e gerou uma enorme confusão: muitas filas, produtos caídos no chão e até o carrinhos de compras esgotados.
Uma das clientes, que preferiu o anonimato, disse à Agência Financeira e à TVI24.pt que «andar com o carrinho das compras era impossível», tal era a confusão, que começou logo por volta das 8h30. «Tive de o deixar perto dos brinquedos e ia levando as coisas aos poucos. As filas eram tantas que «chegavam à farmácia», que se encontra a vários metros da cadeia alimentar. «Uma loucura mesmo», descreve.
Num comunicado enviado às redações, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) confirmou que «decorreram incidentes com clientes em lojas Pingo Doce presenciados por piquetes de greve».
«Os incidentes decorrem, por exemplo, na loja da rua Carlos Mardel em Lisboa» e «suscitaram a intervenção da PSP e o encerramento da loja», denunciou.
Lojas fecham às 18h00
Decorreram ainda outros incidentes em Almada e Quinta do Mocho.
O Pingo Doce decidiu, por isso, antecipar para as 18h00 o encerramento de todas as lojas da marca.
«Vamos fechar as lojas às 18h00 e não às 20h00, como é normal, para podermos escoar em segurança os clientes, que são muitos, para até à hora de fecho da loja as pessoas poderem fazer os seus pagamentos e poderem sair», disse, por seu turno, à Lusa fonte oficial da empresa.
«Registámos uma enorme afluência nas lojas de norte a sul do país e podemos registar o entusiasmo e a euforia dos nossos clientes, que precisam de campanhas como esta e valorizam boas oportunidades de negócio», acrescentou.
A PSP confirmou o registo de alguns incidentes entre clientes em pontos de venda em Lisboa. «Há lojas que encerram pontualmente por pequenos períodos, mas para poderem repor produtos ou por questões de segurança, para poderem escoar pessoas devido à afluência de clientes às lojas», explicou ainda o Pingo Doce.
A mesma fonte adiantou que se verificou uma grande aglomeração de pessoas e «há locais onde as pessoas são mais emotivas e mais entusiastas».
O sindicato responsabilizou, por outro lado, «o hipermercado, o promotor desta iniciativa» e da abertura no 1º de maio, «vendendo produtos abaixo do preço de custo, bem como, o Governo que a autorizou permitindo a abertura das lojas».
Além do Pingo Doce, quase todos os super e hipermercados decidiram abrir portas neste primeiro de maio. Uma decisão que levou alguns trabalhadores a optarem por fazer greve, o que gerou ameaças.
Segundo as contas do sindicato, a greve no Jumbo contou com uma adesão de 60 por cento, a nível nacional. No Continente, a adesão foi de 50% e, no Pingo Doce, quase não teve expressividade.