Testemunho de um manifestante deixa clara a panóplia de problemas derivados de questões:
O Jornal Público fez o relato da manifestação como se de um jogo de futebol se tratasse. E na verdade, porque não? É mesmo só uma brincadeira inconsequente.
À hora marcada gritam ao megafone “A MANIFESTAÇÃO TERMINOU”, e lá dão um beijinho aos colegas que desta vez jogaram na equipa adversária e voltam para os seus autocarros para serem devolvidos à proveniência. Amanhã tudo volta ao normal. Puta que pariu esta merda toda.
22h30
Rui Costa anuncia que houve duas pessoas identificadas por desacatos e violações da ordem pública. O porta-voz da PSP afirma que houve oito pessoas que tiveram que receber assistência médica: seis polícias e dois manifestantes. Estes últimos tiveram que ser levados para o hospital mas são casos sem gravidade, acrescentou.
22h18
Mesmo sem ser necessário, as escadarias estão agora repletas de agentes, dando uma imagem de grande desequilíbrio em relação ao largo fronteiro, que começa a esvaziar-se. Muitos manifestantes já desmobilizaram porque há ainda um longo caminho de regresso a casa para muitos, que vieram de diversos pontos do país, nos 80 autocarros que viajaram até Lisboa.
22h12
O Grupo de Intervenção de Ordem Pública (GIOP), a brigada de intervenção da GNR, que se tinha posicionado sob as arcadas da porta principal do Parlamento, já se retirou.
22h07
Elementos do INEM descem as escadas, atravessam o largo cheio de agentes que se manifestam e vão assistir um manifestante que se sentiu mal. Há largas dezenas de pessoas a abandonarem o protesto e a subirem a Rua de São Bento.
21h56
Estão duas pessoas “recolhidas para identificação” até que as autoridades consigam apurar devidamente as razões da sua separação do corpo de manifestantes e, se se justifica serem detidos. Até ao momento, foram assistidos três elementos do corpo de intervenção.
21h50
Os manifestantes empurram o cordão policial, mas este resiste. “Não vale a pena. São muitos efectivos”, diz ao PÚBLICO um manifestante, que é militar da GNR, saindo, suado, do jogo do empurra entre polícias e manifestantes.
21h45
“Ficou decidido enviar um caderno com os nossos problemas e quais as soluções que pretendemos. Espero seja resolvido, que seja atendido rapidamente”, disse Paulo Rodrigues (PSP) da organização, depois de reunir com a presidente da Assembleia da República.
21h42
“Esta organização dá por terminada esta manifestação”, ouve-se pelos altifalantes da carrinha da CCP. Tem como resposta uma monumental vaia dos participantes.
21h40
A polícia continua a filmar a manifestação a partir do topo da escadaria.
21h38
Nova tentativa de invasão da escadaria, desta vez do lado da Calçada da Estrela, onde os ânimos têm estado mais calmos.
21h36
Organização apela aos manifestantes: “Virem costas à Assembleia da República!” A larga maioria ignora o pedido de manifestação simbólica.
21h31
Paulo Rodrigues: “Queremos que esta manifestação tenha impacto. Tem de ter consequências [políticas]”
21h28
Um manifestante sobe até ao pescoço de um dos enormes leões ao fundo da escada tentando incentivar os restantes a subir, mas acaba por descer depois das ordens da polícia.
21h27
Rui Costa, porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP diz aos jornalistas que várias pessoas foram identificadas por desacatos e outras retiradas devido ao efeito sanduíche, “tanto manifestantes como polícias em serviço”. Outro elemento do Corpo de Intervenção é assistido pelo INEM com problemas num braço.
21h21
Um manifestante é levado de maca por elementos do INEM que estão protegidos com a farda do corpo de intervenção.
21h19
A massa humana mexe-se aos empurrões, forçando os cordões policiais. Alguns manifestantes tapam a cara com as bandeiras.
21h16
Ambiente mais calmo nas escadarias. Há distribuição de água aos elementos do corpo de intervenção que asseguram os dois primeiros cordões ao fundo da escadaria que seguram os manifestantes.
21h11
O ambiente está agora menos tenso. Uma parte dos manifestantes que estavam a empurrar o cordão humano estão a descer a escada, desistindo do corpo a corpo. Um polícia do Corpo de Intervenção foi levado em braços pelos companheiros para junto das carrinhas.
21h05
Cantar o hino nacional parece funcionar como o combustível para a fogueira dos manifestantes. Quando o começam a cantar há maior agitação. Agora voltam a empurrar a barreira e de repente há polícias com capaceteque voltam a descer as escadas a correr para vir conter o cordão.
21h01
“Uma grande salva de palmas para os colegas que estão de serviço”, ouve-se pelo megafone. “Uma grande salva de palmas para os colegas que desceram as escadas”, insiste-se.
21h00
Corpo de intervenção consegue fazer recuar manifestantes alguns degraus.
20h57
Rui Costa, porta-voz do Comando Metropolitano, dá conta de que a PSP já fez várias advertências à linha da frente dos manifestantes para que parem com a tentativa de invasão, caso contrário “terá toda a legitimidade para usar a força” de modo a garantir o legítimo direito à manifestação dos restantes manifestantes.
20h55
Do lado da Calçada da Estrela, por onde há um portão para acesso aos jardins do palácio de São Bento, está tudo muito mais calmo, sem qualquer problema.
20h49
Ouvem-se latidos de cães sob as arcadas, junto à porta principal, onde está colocado o contingente do Corpo de Intervenção da GNR. Uma pessoa está a ser acompanhada pelos elementos do INEM até uma ambulância.
20h47
Organização e polícias conferenciam sobre a melhor maneira de travar o ímpeto dos manifestantes. Um grupo do corpo de intervenção dirige-se para o lado poente da fachada do Parlamento, junto à Calçada da Estrela, para impedir que os manifestantes subam pelo lado do pequeno jardim.
20h44
Um dos polícias está a filmar a detenção de alguns manifestantes, que são encaminhados para a lateral do Parlamento, para uma das carrinhas da PSP, onde os agentes conversam com eles.
20h42
Organização tenta acalmar os ânimos, que estão bastante exaltados. “Nós estamos a perder a razão”, avisa-se pelo microfone. “Apelo ao vosso bom senso!”
20h41
Corpo de intervenção da GNR já está a postos, debaixo das arcadas da fachada do Parlamento, junto à porta principal do edifício.
20h40
Um elemento dos manifestantes foi detido depois de lhe ter sido apreendida uma arma.
20h39
Corpo de intervenção reforçado com mais elementos de cara tapada na escadaria.
20h38
Canta-se novamente o hino. Nova tentativa de invasão. Corpo de intervenção e seguranças da organização tentam empurrar manifestantes para baixo.
20h38
“Eles queriam estar do nosso lado mas não podem”, diz organização aos microfones, a que os manifestantes respondem com uma salva de palmas.
20h37
Microfone anuncia que a comissão organizadora vai ser recebida por Assunção Esteves. Ouve-se uma monumental vaia.
20h37
Organização por detrás da polícia de choque tenta acalmar manifestantes. “Os colegas que estão aqui à frente lembrem-se que do outro lado também estão os nossos colegas”, grita a organização.
20h35
Carrinhas do corpo de intervenção são colocadas à frente da fachada do Parlamento para travar uma possível entrada lateral dos manifestantes.
20h34
Barreiras estão a ser empurradas para as laterais e para a parte de trás da concentração.