A NASA anunciou a descoberta de um planeta um pouco menor que a Terra, que orbita a sua estrela numa zona considerada habitável ou seja, que poderá ter água no estado líquido e, eventualmente, vida.
O planeta foi detetado através do telescópio espacial Kepler, a cerca de 500 anos luz da Terra, no sistema Kepler-186 da constelação do Cisne.
O sistema inclui outros quatro planetas em torno de uma estrela com cerca de metade da massa e do tamanho do nosso Sol. A estrela está classificada como uma anã vermelha, a classe de estrelas onde se inclui 70% das estrelas da Via Láctea.
Para a equipa de astrónomos que descobriu o planeta, até agora denominado Kepler-186f, fica agora provado que podem existir mais planetas do tamanho da Terra nas zonas habitáveis de outros sóis da nossa Galáxia, a Via Láctea. Até agora, os exoplanetas encontrados nessas órbitas eram todos 40% maiores do que a Terra.
“É um passo significativo na descoberta de outros mundos como o nosso próprio planeta” afirma Paul Hertz da Divisão de Astrofísica da NASA. “Missões futuras da NASA, como o Satélite de Análise de Exoplanetas e o Telescópio Espacial James Webb, irão descobrir os exoplanetas rochosos mais próximos e determinar a sua composição e condições atmosféricas, prosseguindo a busca da humanidade por verdadeiras novas Terras.”
Até agora não foi possível determinar nem a massa nem a composição de Kepler-186f. Pesquisas anteriores abrem a possibilidade de o planeta ser rochoso, como a Terra.
“Sabemos de apenas um planeta onde existe vida – a Terra. Quando procuramos vida fora do nosso Sistema Solar focamo-nos em planetas cujas características são semelhante à Terra” disse Elisa Quintana do Instituto SETI no Centro de Pesquisa da NASA em Moffet Field, Califórnia.
Autora principal do artigo publicado esta quinta-feira na revista Science, Quintana refere que “encontrar um planeta na zona habitável com um tamanho comparável ao da Terra é um enorme passo em frente.”
Um estudo publicado em finais de 2013 mostra que um em cada cinco sóis semelhantes ao Sol, na Via Láctea, tem um planeta do tamanho da Terra colocado na zona própria para ter água em estado líquido, essencial à vida.
Será possível viajar até lá ?
Viajando pelas vias já conhecidas, não é humanamente possível, fica longe demais: só lá chegaríamos 500 anos depois da partida de viajássemos à velocidade da luz. Mas acreditamos que haja em nós criatividade e engenho suficientes para descobrir nos mecanismos mais íntimos do universo atalhos que nos permitam alterar o que damos por adquirido a respeito do espaço/tempo.
Porque é que procuram sempre sítios com água? Não pode haver vida sem água?
É mais fácil procurar vida que seja algo como a vida que já conhecemos do que conceber algo completamente diferente… e procurar essa coisa. Isso seria pior do que uma agulha num palheiro… era nem sequer saber para que palheiro olhar. Ou pondo de outra forma: tentar procurar sítios onde haja condições semelhantes à terra, é a forma mais sensata de gerir recursos limitados para pesquisar um espaço ilimitado.