Os adolescentes que dormem pouco são mais propensos a terem sintomas depressivos e pensamentos suicidas, relativamente àqueles que dormem oito horas por noite, revela um estudo do Centro Médico da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, publicado na última edição da revista Sleep.

Ao longo da investigação foi verificado que a duração média do sono era de 7h53, sendo assim inferior às nove horas diárias recomendadas em prol do bem-estar desta faixa etária.

De acordo com os investigadores, que recolheram dados sobre 15 659 adolescentes entre os 12 e os 18 anos, um em cada 15 dos jovens analisados estava deprimido. Dormir cinco horas ou menos por noite acresce em 71 por cento a probabilidade dos jovens apresentarem sintomas de depressão e em 48 por cento os pensamentos suicidas, na medida em que a falta de sono pode gerar irritação, que por sua vez dificulta a capacidade de lidar com o stress do quotidiano, influencia o controlo de impulsos e prejudica as relações com os colegas e adultos.

Além disso, neste estudo concluiu-se que os que jovens vão dormir após a meia-noite têm 24 por cento mais hipóteses de sofrerem de depressão e mais 20 por cento de probabilidade de terem pensamentos suicidas do que os que dormem antes das 22h00. Foi também verificado que a grande parte dos pais dos adolescentes analisados determinava que os seus filhos fossem dormir antes das 22h00 e que 70 por cento dos jovens cumpriam esse horário. Por outro lado, um quarto dos pais admitiu que permitia que os filhos adolescentes fossem dormir depois da meia-noite.

Visto que os resultados desta investigação liderada por James Gangwisch vão ao encontra da teoria de que o sono inadequado é um factor de risco para a depressão, os investigadores acreditam que é fulcral educar os adolescentes e os seus pais sobre os benefícios das práticas mais saudáveis do sono, de forma a prevenir esse tipo de distúrbios.