Depois de comentar, com o seu característico humor negro , o massacre de Orlando, a polémica à volta do nome de Rui Sinel de Cordes voltou a rebentar, e desta vez o humorista parece estar farto. Vai sair das redes sociais.
Depois de se ver envolvido numa série de ataques por ter comentado a doença de Sofia Ribeiro, o humorista vê-se agora no meio de mais uma controvérsia motivada por uma piada que fez em relação aos ataques a uma discoteca gay em Orlando, decorridos no passado fim de semana, nos Estados Unidos.
É num extenso e pormenorizado relato que o humorista, famoso pelo humor negro sempre presente no seu trabalho, desabafa com os fãs:
“Perdi conta às mensagens enviadas por homossexuais a ameaçarem-me de morte. É engraçado… pessoas historicamente perseguidas pelas suas diferenças a quererem a morte de uma pessoa, apenas porque… pensa de maneira diferente o humor”
“Não imaginam o quão cansativo para mim é falar nos limites do humor e na liberdade de expressão. Já mete nojo esta conversa. Mas se a igualdade existe e se deve exigir para, por exemplo, homossexuais, também tem de existir para humoristas. Mas infelizmente não existe. Porque se um homossexual não é livre quando é atacado pelo que é – seja online, na rua ou na imprensa – não me venham dizer que um humorista que recebe 100 ameaças de morte por causa de uma piada é um humorista livre”.
Para o comediante “as redes sociais hoje em dia são depositórios de raivas, frustrações, falhanços pessoais e ódios mesquinhos” e por isso optou por desistir da mesmas.
“O que eu quero dizer a estas baratas digitais é que com estas regras, eu não quero brincar. Neste lodo, eu não vou brincar mais. Eu saí do manicómio. Mas vocês, fiquem. Fiquem com os humoristas on-demand. Fiquem com os plagiadores, fiquem com a baunilha. Fiquem com músicas estéreis, fiquem com piadas respeitosas. Fiquem com o standard, com o banal, com o igual. Fiquem com os humoristas moralistas. Vocês merecem-se”, termina.