A publicação alemã DER SPIEGEL enalteceu a reposta portuguesa à pandemia de COVID-19, apontando possíveis explicações para o sucesso português mas apontando também os desafios que o futuro nos reserva.
Sem conseguir explicar a 100% porque é que a taxa de mortalidade é 40 vezes mais alta em Espanha do que no seu “pequeno vizinho”, o Der Spiegel procura encontrar justificação para os nossos números estarem bem mais controlados do que aqui ao lado.
A publicação aponta as fragilidades do nosso Serviço Nacional de Saúde, que tem apenas 6.4 camas de cuidados intensivos para cada 100 mil residentes, face às 33.9 existentes na Alemanha. No entanto ressalva também que apesar disso a mortalidade da doença no nosso país é de apenas 2,7%. Em Espanha é de cerca de 9,8%, verdadeiramente avassalador.
Muitas vezes lá fora dão-nos mais crédito do que nós próprios damos. Enquanto por cá é mais fácil ver comentários a dizer que os portugueses são burros e indisciplinados… é agradável ver que para o lado dos ALEMÃES a imagem que passa é a contrária: a de um povo que se auto-disciplinou e começou a cumprir as medidas de segurança com mais diligência e afinco do que o resto da Europa.
Eles dão também valor à generosidade (e inteligência) de um povo que não tendo o Serviço Nacional de Saúde mais forte ou abastado foi o único a dar prioridade à medida de o tornar acessível a todos os imigrantes, mesmo os que ainda não tinham a situação de residência no nosso país regularizada. Uma medida muito inteligente, visto que o vírus não se preocupa com documentos e é do interesse de TODOS nós, que TODOS nós fiquemos protegidos.
Numa análise que passa pelos pontos económicos e fala de Lisboa como quem conhece e ama a cidade nas suas origens, Alexander Smoltczyk fez uma publicação que vale a pena ler!
