Os trabalhos do plenário da Assembleia Legislativa da Madeira foram suspensos esta quinta-feira depois do sempre polémico deputado José Manuel Coelho se ter despido em plena sessão.
No final de uma intervenção na qual defendia uma proposta sobre “segurança, recuperação e construção de reservatórios de armazenamento da água de rega”, o deputado criticou a “justiça podre na Madeira”, despindo-se depois em protesto pelo facto de os seus vencimentos estarem penhorados.
“Estou a ser perseguido pela maioria do PSD”, declarou, classificando os juízes e magistrados do Ministério Público (MP) na região de serem o “braço armado” da maioria social-democrata e de “corruptos”.
O deputado do PTP tirou a roupa e os sapatos e entregou-os ao presidente da Assembleia regional, ficando apenas em boxers e chapéu, para protestar contra o facto de ter o seu vencimento penhorado depois de ter sido condenado a pagar uma indemnização de 106 mil euros à agente de execução Maria João Marques por um processo por calúnia e difamação, sendo-lhe retirados 700 euros mensais ao salário.
O presidente da ALM, José Tranquada Gomes, suspendeu os trabalhos e instou os deputados a abandonarem a sala do plenário. José Manuel Coelho recusou inicialmente deixar a sala, mas acabou por se deslocar ao café do Parlamento, ainda em cuecas.
Mais tarde partilhou nas redes sociais os motivos desta manifestação.