Os jogos de combate são bastante populares, e os que se inspiram em eventos reais, como por exemplo a segunda guerra mundial, são temas bastante batidos.

No entanto, quando em 2009 a Konami pensou fazer este jogo, o Six Days in Fallujah, o feedback foi extremamente negativo e a ideia foi abandonada.

Isto porque o jogo é baseado em fatos reais, vistos pela perspectiva dos americanos, de uma das mais sangrentas batalhas da história recente.

Six Days in Fallujah, como o nome indica, retrata 6 dias de combate na Segunda Batalha de Fallujah, que ocorreu entre 7 de novembro e 23 de dezembro de 2004, durante a primeira fase da Guerra do Iraque.

Originalmente o projeto foi fortemente criticado por diversos lados, tanto por defensores da ação militar dos EUA por desrespeito à memória dos soldados mortos, como por críticos anti-guerra por relativizar as mortes e crimes sofridos pela população de Fallujah.

“O massacre causado por forças americanas e britânicas em Fallujah em 2004 está entre os piores crimes de guerra feitos em uma guerra ilegal e imoral. Milhares de civis morreram nos bombardeamentos e invasões casa a casa feitos pelas tropas invasoras. Tantas pessoas morreram em Fallujah que o estádio de futebol da cidade teve que ser transformado em um cemitério para lidar com todos os corpos. Não há nada para celebrar na morte de pessoas resistindo uma ocupação injusta e sangrenta. Fazer um jogo sobre um crime de guerra e capitalizar nas mortes e feridas de milhares é doentio.“, declarou Tansy E. Hoskins, do movimento Stop the War Coalition ao Tech Radar em 2009.

As forças armadas dos EUA foram acusadas do uso de armas químicas, como fósforo branco, contra insurgentes e civis durante o combate.

Não só isso, as taxas de mortalidade infantil e cancro cresceram significativamente em Fallujah nos anos que se seguiram às batalhas. As munições de urânio enriquecido usadas pelos americanos foram apontadas como principal suspeito.

O jogo agora ganhou novo fôlego e parece que vai ser mesmo lançado até ao final do ano, agora que tudo já está um pouco mais distante. Será que vai ser bem recebido ou levantar uma onda de revolta como em 2009?

Há quem aponte o envolvimento da CIA e do FBI na recuperação deste jogo, como parte de uma campanha para perpetuar uma imagem dos americanos como heróis e dos povos islâmicos como inimigos, bem como para atrair jovens para as forças armadas.