Azuis e brancos batem Benfica (1-2) no Estádio da Luz em jogo de alta tensão dentro e fora do relvado. Três mil adeptos do FC Porto fizeram a festa o terreno do arqui-rival. Sem luz.
A festa hoje é no norte
A noite é azul e branca
Os mouros não tiveram sorte
E a vergonha já é tantaO dragão ’tá lá no alto
a águia voa baixinho
do leão já nem se fala..
qu’esse não passa d’um gatinhoO dragon é campeõm…
NA LUZZZZ , na luzzzò Jesus, Lebast nu bujon…
NA LUZZ NA LUZZZ
André Villas-Boas conquistou o 25.º título nacional do FC Porto no Estádio da Luz. Os azuis e brancos bateram os encarnados por 1-2 numa partida tensa dentro e fora de campo, com graves confrontos no exterior do estádio, objectos arremessados para o relvado, duas expulsões, duas grandes penalidades e um boicote inédito por parte do Benfica após a vitória do FC Porto: luzes desligadas depois do apito final. O verdadeiro blackout.
A história do jogo começa, de forma lamentável, antes da entrada das duas equipas em campo. Cerca das 19h30, e após a deslocação tranquila dos adeptos do FC Porto desde a zona de Telheiras até ao Estádio da Luz, um grupo de adeptos do Benfica recebe os rivais e as forças de segurança à pedrada. Várias pessoas ficaram feridas, outras acabaram detidas e algumas viaturas foram danificadas. A polícia teve mesmo de disparar balas de borracha para dispersar os desordeiros.
Dentro das quatro linhas, os azuis e brancos arrancaram na frente do marcador aos 10 minutos com um golo do colombiano Guarín com uma valiosa colaboração de Roberto. O guarda-redes espanhol do Benfica defendeu um remate fácil junto à linha… para dentro da baliza.
Dentro das quatro linhas, os azuis e brancos arrancaram na frente do marcador aos 10 minutos com um golo do colombiano Guarín com uma valiosa colaboração de Roberto. O guarda-redes espanhol do Benfica defendeu um remate fácil junto à linha… para dentro da baliza.
Seis minutos depois, Jara é travado na área por Otamendi. Nos livros, a falta é clara, mas é um lance tipicamente aberto à interpretação do árbitro. Duarte Gomes decidiu-se pela grande penalidade. Saviola bateu Helton na conversão.
Aos 26 minutos, nova grande penalidade aberta, no mínimo, à discussão. Falcao é derrubado ou colide contra Roberto? Duarte Gomes parece não ter qualquer dúvida e assinala a falta. Amarelo para o guardião encarnado, em noite para esquecer, e bandeja servida a Hulk para marcar na Luz. 2-1.
Ao longo de uma segunda parte de pouca bola e muita indisciplina (Otamendi e um desastroso Cardozo acabaram expulsos), crescia cada vez mais o nervosismo nas bancadas da Luz. O ‘escândalo’ da conquista do título do FC Porto no terreno do arqui-rival parecia iminente e tudo menos escandaloso. A supremacia dos azuis e brancos era incontestável e Falcao podia mesmo ter dilatado a vantagem na cara de Roberto.
Já nos momentos finais, Gaitan atirou ao poste naquela que foi a última chance dos encarnados adiarem o inadiável. Por essa altura, as bancadas estavam praticamente vazias.
Após o apito final, a festa azul e branca na Luz, sem luz. Num acto inédito e de gosto muito discutível, a ‘gerência’ desligou a iluminação do estádio e Villas-Boas e os seus rapazes celebraram o título apenas com os flashes das máquinas fotográficas.