Militares da NATO estavam em exercícios nos areais de uma praia de Grândola quando foram filmados num momento embaraçoso.
Tiveram se ser os fuzileiros tugas a ir ajudar os marines a tirar dali o veículo senão ainda agora lá estavam. hehehe
“Ahh e tal e os Humvee foram feitos para andar na areia… E o deserto… E tal… Mas pelos vistos não se dão com praias alentejanas” – Jorge Vilhena
O empenho norte-americano no exercício foi evidente, com o recurso a equipamento inacessível a Portugal. O assalto anfíbio foi lançado a partir do USS Arlington. Um navio polivalente logístico do tipo que a Marinha portuguesa viu fugir do seu sistema de forças há uns meses, quando fracassaram as negociações com a França para a aquisição em segunda mão do Siroco. Foi do Arlington que partiram os dois hovercrafts – navios que se deslocam sobre almofadas de ar que lhes permitem mover-se tanto no mar como em terra – e que descolaram os três imponentes helicópteros CH-53. O poderio militar americano ganhava forma nas costas da prisão de Pinheiro da Cruz.
Só que depois aconteceram os “imponderáveis” inerentes a uma operação militar, como reconheceu o contra-almirante da STRIKFORNATO, Roy Kitchener. Os dois hovercrafts chegaram à beira-mar demasiado lentos e fracassaram na abordagem à praia. Tiveram de fazer marcha à ré e ensaiar nova investida para então conseguir subir a inclinação da praia. O desembarque misto dos cerca de 20 fuzileiros e marines seguiu o guião sem percalços. Mas assim que coube a vez aos blindados, a areia alentejana voltou a fazer vítimas. A primeira foi um Humvee, um dos imponentes jipes das forças armadas dos EUA. Avançou cerca de dois metros antes de atascar na fina areias da praia. Poucos minutos depois, um blindado de oito rodas queimava litros de gasolina a tentar manobrar no mesmo terreno.
Do alto da rampa alcatroada que ligava a praia à estrada, um oficial marine largou um comentário perante o cenário. “É o que acontece quando pões blindados na praia…” A alguns metros de distância, um grupo de fuzileiros olhava para a cena. “Os nossos Land Rover velhinhos andam ali à vontade”
Foi então que se percebeu que, apesar de tudo, os militares portugueses tinham algo para ensinar aos marines. Enquanto um grupo de camuflados caqui dos marines olhava impotente para o seu Humvee atascado, viu-se um fuzileiro de camuflado verde levantar-se da sua posição de guarda à praia e dirigir-se aos norte-americanos. Pelos gestos que fazia, percebeu-se que sugeria o esvaziar dos pneus para ajudar a aderência ao terreno. Cerca de uma hora depois, três blindados marines já conseguiam chegar à estrada. Afinal, os fuzileiros portugueses podiam não ter um Arlington ou hovercrafts. Mas sabiam como desatascar uma força de assalto de uma praia de areia branca.