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Nuno Markl: Ser Frontal vs. Ser uma Besta
Nuno Markl: Ser Frontal vs. Ser uma Besta

num texto curto mas brilhante, Nuno Markl resume algo que tantas vezes nos passa pela cabeça enquanto navegamos pelo facebook: há demasiadas pessoas que confundem "ser frontal e dizer o que se pensa" com o orgulho de ser uma granda besta e divulgar o facto aos quatro ventos.

O Markl fez um post a lamentar o falecimento da sua cadela Núria. Como sempre apareceram idiotas cheios de “frontalidade” a mandar bitaites e a menosprezar o sofrimento do autor do post.

núria cadela de nuno markl

Em resposta, num texto curto mas brilhante, Nuno Markl resume algo que tantas vezes nos passa pela cabeça enquanto navegamos pelo facebook: há demasiadas pessoas que confundem “ser frontal e dizer o que se pensa” com o orgulho de ser uma granda besta e divulgar o facto aos quatro ventos.

Vale a pena ler:

nuno marklEliminei o meu post sobre o tipo que veio dizer coisas desagradáveis a propósito da morte da nossa cadela Núria. Não gosto de linchamentos públicos, mas acho que toda a gente deve ser responsabilizada pelo que diz. E que a liberdade de uns em dizer o que pensam, termina na minha liberdade de me sentir revoltado, na minha “casa”, por um dos tais acessos de “frontalidade” tão em voga: os da malta que, orgulhosamente, afirma “eu cá digo tudo o que penso”; que não diz o que pensa sobre os assuntos que valem realmente a pena, e que confunde a desgraçada da frontalidade com o puro e simples acto de ser uma besta.

Não há mortos de segunda por serem cães e de primeira por serem pessoas, ou vice-versa. O que cada um sente com a morte seja de quem for não está sujeito a uma análise de certo / errado. Sente-se o que se sente. Do outro lado, respeita-se. Ou não. Não se respeitando, arrisca-se a ouvir. Ou, neste caso, a ler.

Lembro-me de aparecer por aqui um idiota qualquer a dizer uma alarvidade parecida quando, há uns anos, falei aqui da morte de um amigo humano. Portanto, o problema não é a morte de humanos vs animais. O que há é o que sempre houve, e a que as redes sociais passaram a dar voz e, por vezes, uma cara: uma orgulhosa estupidez teimosamente confundida com rebeldia e, lá está, frontalidade. Rebeldia e frontalidade são coisas nobres demais para serem confundidas com isto.


Categoria/s: Animais,Sociedade