Já foram vários os casos este ano de pessoas mortas em Portugal por vespas asiáticas. Este é pelo menos o 3º caso de que temos notícia desde Agosto.
Depois de José Piedade, 53 anos, que morreu em Cadima, Cantanhede, e de Acácio Vela, 79 anos, que foi picado e morreu em Oliveira do Bairro, o novo caso mortal deu-se em Rio Tinto.
Segundo a informação já disponível, o homem tinha cerca de 70 anos e estava a apanhar dióspiros.
Ao ver que um amigo estava a ser atacado por vespas asiáticas foi tentar socorrê-lo e viria a falecer na sequência do ataque de que também ele foi então alvo.
Os bombeiros da Areosa foram chamados ao local mas quando chegaram já encontraram o idoso em paragem respiratória. Tentaram reanimá-lo mas sem sucesso.
Sendo uma espécie bastante agressiva e perigosa não só para os humanos mas também para outras espécies de animais nativas, pelo que podem ser altamente prejudiciais para o ecossistema que invadem. Temos isso em comum com elas.
Desde 2011 que está confirmada a presença da vespa velutina em Portugal, espécie não-indígena, predadora da abelha europeia. Os primeiros ninhos e avistamentos do inseto foram confirmados nos distritos de Braga e Viana do Castelo e, desde então, tem-se assistido a uma progressão gradual da área afetada no território nacional.
Os modelos previsionais apontam para que, em Portugal, esta espécie possa vir a colonizar quase todo o território continental, em função da suscetibilidade ambiental, esclarece a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com a DGS, a vespa velutina instala-se sobretudo em áreas urbanas e periurbanas. Por tratar-se de uma espécie carnívora e predadora de abelhas, configura uma ameaça à sustentabilidade da apicultura em território nacional, com eventuais consequências diretas na produção de mel e produtos relacionados, assim como na produção agrícola, por via da diminuição da polinização vegetal, ponderada a importância das abelhas melíferas nesta relevante função biológica.
Constitui também um risco para as populações. «No caso de sentirem os ninhos ameaçados, reagem de modo bastante agressivo, incluindo perseguições até algumas centenas de metros. O tratamento da picada requer os cuidados habituais para picada deste tipo de insetos», informa a DGS.
Em 2017 foi criada a Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo da Vespa velutina, em que a DGS está representada, para a elaboração de um plano nacional. No ano passado, 2018, o Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina em Portugal foi revisto e atualizado.