“Parece que para algumas pessoas virou moda”. João Correia é agente da PSP e é negro. O seu desabafo sobre a causa da moda está a tornar-se viral e merece ser partilhado.
“Farto de ouvir falar de racismo. Parece que para algumas pessoas virou moda. Em anos de existência nunca o fizeram mas agora de repente como é moda e como está ai o “black lives matter” vamos nos manifestar, como se fosse um evento da moda, tipo o Coachella, vamos a manifestação com a roupa da moda, tiramos umas fotos e publicamos no Instagram com uma frase impactante como se algum dia quiséssemos saber do que se passa no nosso País (quanto mais a um que está a milhares de km), vamos nos manifestar por algo que aconteceu a milhares de km daqui, quando a 3 horas de avião, na Nigeria, ainda existem pretos a serem escravos de pretos, quando aqui há umas semanas em Paio Pires um homem preto foi assassinado em público.”
João Correia refere-se ao caso de um homem que foi brutalmente assassinado a tiro e à paulada – em plena luz do dia – por uns 20 ciganos. Tudo foi filmado, havia testemunhas, todos sabem o que aconteceu. No entanto não houve qualquer detenção ou revolta pública com o caso. Seria racismo.
“Vocês são os parasitas da sociedade vão consoante a maré, sem nunca terem estado em contacto com a realidade criticam o trabalho dos outros como se fossem uns especialistas, atrás de um smartphone no vosso sofá a mandar umas papaias nas redes sociais.”
“Não digo que não haja pessoas racistas porque há, em todo o lado vão haver pessoas ignorantes e eu próprio já passei por uma situação “racista” mas e então? Ignorantes vão haver sempre, uma só pessoa não faz um povo. Sou preto e polícia, entrei para a polícia com nota 20 na minha entrevista, acham que o 20 foi devido a minha cor ou devido ao meu EU como indivíduo? Tenho colegas brancos que tiveram nota inferior… Mas espera… Se era branco não era suposto ter tido melhor nota que tu? Pois…”
“Dou-vos um dia para estarem na pele de um polícia, no dia a seguir querem desistir porque ficam estupefactos com a quantidade de PESSOAS estúpidas e ignorantes que andam por ai, que não vêem para além de uma farda azul e que por isso pensam que podem fazer e dizer tudo. Era só isto”
Perante este testemunho do João, o mais insólito aconteceu. Os que se queixam de racismo e descriminação vieram apontar o dedo ao autor do texto por não ser um preto suficientemente escuro para poder falar por eles.
Isso mesmo, os que se queixam de racismo, são os primeiros a conseguir descriminar até por percentagem de melanina.
“Cala sua boca !! Você é um descendente de vítimas de estupro do governante da colônia, você é um mulato que gosta de sua classe média e você não é um negro que não sabe a que lugar pertence. Um mulato diz que seria preto? ? vai dançar fado ????”
Adao Emanuel
Mas isto já não é racismo.