Correram mundo as imagens de Daniel Alves a comer uma banana lançada por adepto racista, este domingo, no jogo entre o Barcelona e o Villarreal.
Em resposta, Neymar, colega de Alves no Barça, decidiu lançar um movimento nas redes sociais, em que pediu aos seguidores para publicarem fotografias com bananas. O movimento #somostodosmacacos ou #weareallmonkeys (somos todos macacos em inglês) já é um enorme sucesso.
Inúmeros famosos, anónimos, crianças e estrangeiros aderiram ao desafio. É o caso de Hulk, como se pode ver nesta imagem.
Também Nelson Évora, que recentemente sofreu em Lisboa, no Urban Beach, uma atitude bastante racista por parte dos gerentes do espaço, se juntou ao movimento.
Para ver quem aderiu ao movimento, basta ir ao Facebook ou ao Twitter e pesquisar pela hashtag #somostodosmacacos .
Parece que esta banana foi na verdade atirada por um cumplice do jogador, e faz parte de uma campanha contra o racismo no desporto pensada por uma agência publicitária ( a Loducca ), que trabalhou com Neymar e Daniel Alves neste sentido.
Neymar procurou ajuda profissional junto da agência de publicidade Loducca. “Neymar e seu pai me procuraram para dizer que precisavam se posicionar em relação às manifestações racistas. Queriam resolver isso de uma forma que colocasse a mensagem do Neymar de maneira forte. E decidimos trabalhar a ideia de que a melhor maneira de acabar com o preconceito é tirar a força dele e fazer com que a pessoa não repita o acto. Foi aí que criamos #somostodosmacacos. A ideia era começar com o Neymar comendo a banana e isso se tornar um movimento”, admitiu Guga Ketzer, sócio da agência, à revista Veja.
“Aí, quando o Dani [Alves] comeu a banana, soltámos a campanha. Não foi combinado. O Neymar ia comer, mas como foi o Dani, maravilha também”, explicou o publicitário, sublinhando que o importante foi o envolvimento espontâneo das pessoas. “Eles abriram a discussão e colocaram as coisas de uma forma que fez as pessoas discutirem o assunto”, acrescentou.
O facto de a campanha ter começado com o impulso de uma agência publicitária não desvaloriza o movimento, disse ainda Guga Ketzer: “Tentar desmerecer o movimento pelo facto de ter uma agência por trás é tão preconceituoso quanto o adepto que lança a banana. Por que não podemos ajudar com uma ideia? Não é uma campanha para vender nada. Fizemos conforme a necessidade do Neymar de mostrar que o racismo é uma situação completamente absurda. E deu certo”, concluiu.