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Dagong: Agência Chinesa baixa Rating dos EUA

A agência chinesa de ‘rating’ Dagong baixou hoje a notação dos EUA, de A+ para A, com perspectivas negativas sobre a dívida norte-americana, que prevê que ultrapasse o PIB do país no final de 2012.

Num comunicado enviado à Agência Lusa, a Dagong justificou a sua decisão com o facto de a elevação do teto da dívida norte-americana continuar a “permitir ao Governo pagar a sua dívida antiga com novas dívidas, não tendo alterado a tendência geral de o aumento da dívida superar o crescimento económico e das receitas, o que fará com que a solvência do Governo caia ainda mais”.

Além disso, a agência reviu as perspectivas da dívida norte-americana para negativas, disse à Agência Lusa fonte da instituição.

casa branca

O presidente da Dagong, Guan Jianzhong, já tinha alertado recentemente, em entrevista à Lusa, que a agência tinha em vista baixar a nota atribuída aos Estados Unidos por constatar uma capacidade “insuficiente” do país de criar riqueza real.

Para a Dagong, as disputas políticas em relação à dívida norte-americana demonstram a “incapacidade” de o Governo dos EUA resolver o problema e a elevação do seu tecto não irá contribuir para “alterações positivas dos factores que influenciam a capacidade de pagamento de dívidas do país a longo prazo”.

barack obamaEsta situação, aponta a instituição, apenas “previne temporariamente o Governo dos EUA de entrar em incumprimento, mas não melhora a solvência, pelo contrário, o fardo cada vez mais pesado da dívida causará uma crise ainda mais profunda”.

Para aquela que é uma das quatro principais agências de ‘rating’ da China, e a única que não tem a Moody´s, Fitch ou Standard & Poor´s como parceira de negócio, a elevação do teto da dívida “indica que nenhuma mudança substancial irá ocorrer no que se refere ao desequilíbrio entre a capacidade de criação de riqueza real e os elevados níveis de consumo”.

“Em resultado, a solvência dos EUA vai continuar a cair, a dívida a aumentar, o que desencadeará uma inevitável e grave crise da dívida soberana”, estima.

A Dagong critica o facto de os partidos Democrata e Republicano terem “demorado a tomar a decisão acertada, deixando o mundo em terror”, ao considerar que aquelas forças políticas “não demonstraram, neste momento crucial, qualquer consideração pelo interesse geral, optando por defender os seus próprios interesses”.Isto “revela o papel negativo do sistema político americano numa perspectiva económica”, acrescenta o comunicado da Dagong.

Por outro lado, aquela agência de ‘rating’ sedeada em Pequim observa que “os defeitos na estrutura política americana expostos pela luta bipartidária revelam que o Governo tem dificuldades em resolver a crise da dívida soberana”.

“Este incidente continuará a afectar a confiança dos investidores e o interesse e a segurança dos credores dos Estados Unidos carecem de uma garantia dos sistemas políticos e económicos”, realça.

Para a Dagong, depois da elevação do teto da dívida, os EUA vão recorrer ao QE3 (quantitative easing 3 – terceiro pacote de medidas não convencionais), o que, aponta, “lançará o mundo numa crise geral”.

Apesar de prever que a “dívida norte-americana irá ultrapassar o PIB no final de 2012”, a agência aponta uma solução: “Para manter o montante actual de dívida, é necessário um corte do défice de, pelo menos, 4 biliões [milhão de milhões] de dólares nos próximos cinco anos”.

Mas o programa de corte do défice aprovado pelo Congresso, de 2,5 biliões de dólares em 10 anos, “reflecte pouca vontade e uma crescente dificuldade de o Governo cortar o défice”, observa a Dagong.

O presidente da Dagong, Guan Jianzhong, já tinha avançado recentemente, em entrevista à Lusa, que a agência ia baixar a nota atribuída aos Estados Unidos por constatar uma capacidade “insuficiente” do país de criar riqueza real.

A China, a segunda economia mundial, é o maior detentor de títulos de dívida do Tesouro americano, com 1.160 mil milhões de dólares (807,4 mil milhões de euros) no mês de maio, segundo os últimos dados publicados por Washington.

A francesa Fitch e as norte-americanas Moody´s e Standard & Poor´s mantêm a nota dos EUA de AAA.


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