Numa altura em que já levamos 1 mês de Estado de Emergência, o Presidente da República expressou o desejo de renovar este período de medidas extraordinárias pelo menos até de 2 Maio.
Se é verdade que foi importantíssimo controlar as entradas e saídas no país, limitar as deslocações internas, e dar poderes acrescidos ao Governo para que pudesse tomar decisões para controlar a pandemia, também é verdade que o Mundo não pode parar, nem podemos ter metade da população em casa até o virus desaparecer ou estar toda a gente vacinada.
Ainda falta bastante tempo para que a vacina esteja disponível e mesmo quando estiver não vai chegar imediatamente a toda a gente. Primeiro será para os grupos de risco e, provavelmente, para quem estiver disposto a pagar para passar à frente na fila. O virus não vai simplesmente desaparecer de um dia para o outro e temos de aprender a viver com ele.
A economia não poderá estar a funcionar a meio gás durante muito mais tempo. As empresas não o aguentam, e delas dependem as finanças pessoais de todas as famílias, que seriam inevitavelmente arrastadas para situações de falência, com todas as perdas e dificuldades que isso acarreta.
O lockdown foi uma medida imprescindível, mas foi uma medida cega e que só fez sentido porque era imperioso tomá-la de imediato. Não havia tempo para estudos, nem planos, nem medidas cirúrgicas. Não é, no entanto, uma medida que faça sentido ou seja desejável no médio prazo.
Agora que já tivemos um mês para pensar no assunto, para nos aprovisionarmos de equipamentos de proteção pessoal, para adoptarmos novos protocolos de higiene e segurança, para aprendermos novas regras de distanciamento social, temos de voltar ao trabalho e fazer a nossa vidinha.
Não iremos regressar à normalidade tão depressa. Isso talvez só em 2021 ou 2022, ninguém sabe ao certo. No entanto este ano é mesmo para esquecer, não vai acontecer.
Temos de trabalhar para atingir uma “nova normalidade”, dentro dos condicionalismos impostos pela pandemia. É esse o espírito transmitido por Marcelo Rebelo de Sousa no seu novo projeto de decreto.
Claro que esta vontade de retomar a atividade pode (e deve) ser constantemente guiada pelos dados que vão surgindo diariamente, abrindo-se e fechando a torneira consoante o que esses números permitam, num equilíbrio difícil entre segurança e atividade.
“abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”, pode ler-se no documento que visa guiar o Estado de Emergência das próximas 2 semanas.
No diploma enviado hoje para a Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa refere que, “em função da evolução dos dados e considerada a experiência noutros países europeus, prevê-se agora a possibilidade de futura reativação gradual, faseada, alternada e diferenciada de serviços, empresas e estabelecimentos”.
O Presidente considera que esta “reativação gradual”, a concretizar-se, será “com eventuais aberturas com horários de funcionamento adaptados, por setores de atividade, por dimensão da empresa em termos de emprego, da área do estabelecimento comercial ou da sua localização geográfica, com a adequada monitorização”.
O Governo mantém-se ao lado do Presidente e espera-se que também a Assembleia continue a suportar a linha de ação.
No nosso lado terá de se manter também o compromisso de cumprir as regras de higiene e segurança, acatar as orientações do Governo e das autoridades, ser auto-disciplinado, calmo, informado e consciente. Temos de ter um sentido de missão, como soldados nesta guerra que é de todos e que continuará a fazer parte das nossas vidas, de uma forma ou de outra, durante algum tempo.
Bora lá, isto faz-se! ?? À distância, mas sempre juntos.
AINANAS!