São números assustadores que nos ajudam a ter noção do impacto que esta crise vai ter na vida de todos nós. Os novos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA ascenderam a 3,28 milhões só na semana passada. Isto é um recorde histórico… cinco vezes superior ao anterior recorde, registado em 1982. 

Gostaríamos de pensar que esta é situação temporária e rapidamente vamos voltar ao “business as usual“. No entanto, esse optimismo pode ser excessivo. Muitos negócios e finanças pessoais podem não se aguentar com uma paragem prolongada e vão chegar as falências, incumprimentos, penhoras, etc. Tudo aquilo que não gostamos que aconteça.

Em Portugal, um país tão dependente do turismo e todas as atividades com ele relacionadas, não se espera que a situação seja mais animadora.

Quando a poeira assentar e o maldito vírus estiver controlado, veremos que estamos mergulhados numa nova calamidade, económica.

Há quem tema de falar da economia nesta altura. Parece quase uma palavra suja quando a saúde está em jogo.

Há sempre quem venha dizer que “o que importa é salvar vidas” ou que “a saúde tem de falar mais alto do que o dinheiro”… e isso é tudo verdade, mas parece-me que podem estar a confundir “economia” com “interesses económicos” ou “lucros grandes empresas”.

Quando se fala da economia estar em sério risco, não se está a pensar nos lucros das empresas.

A economia de que se fala é o sistema circulatório que interliga e faz chegar oxigénio às nossas vidas: é o emprego, é a segurança, é a educação, é a habitação, é a proteção social, é a nossa estabilidade, a nossa felicidade e, inevitavelmente, a nossa saúde.

Uma economia em que não há criação de valor, é uma economia em que todos ficamos mais vulneráveis, sufocados e limitados nas nossas opções.

É sem dúvida importante controlar o vírus mas será tão ou mais importante adaptar processos e protocolos para minimizar tanto quanto possível as paragens na economia. Tudo tem de continuar a fluir.

Se a tua empresa tiver hipóteses de continuar a trabalhar em segurança, aproveita-a. Se tiveres hipótese de trabalhar em casa fá-lo, se tiveres hipótese de lançar um novo negócio aproveita este tempo mais parado para pensar nisso.

Se tiveres forma de te juntar com outras pessoas que tenham ficado sem emprego para construírem algo em conjunto, pensem nisso seriamente. Temos de renascer em força depois deste susto, parar é morrer e não podemos ficar à espera que Governos nos salvem.

Se conseguirem não nos sufocar ainda mais com novos impostos já não é nada mau…