Os fornecedores dos supermercados Pingo Doce, detidos pelo grupo Jerónimo Martins, estão a ver os seus piores receios confirmarem-se: os custos da polémica campanha de 50% de desconto em compras a partir de 100 euros, realizada no 1º de Maio, será repercutida nas facturas que os produtores vão receber nas próximas semanas.
Fontes do sector das bebidas – em que se incluem sumos, águas, vinhos, refrigerantes e bebidas espirituosas – confirmam ao Diário Económico que “a promoção, decidida de forma unilateral pelo Pingo Doce, será paga pelos fornecedores”.
Confrontada com esta acusação, fonte oficial do grupo liderado por Pedro Soares dos Santos defende que “não estamos a repercutir o investimento que fizemos na acção do 1º de Maio nos fornecedores”, admitindo apenas que o Pingo Doce “trabalha com mais de dois mil fornecedores e alguns estão alinhados com o reforço de competitividade que o Pingo Doce está a fazer”.
Fornecedores que não aceitem “pagar” o custo da campanha temem que os seus produtos sejam retirados dos supermercados do grupo JM.
A cadeia de supermercados assumiu recentemente que iria apostar numa política de preços baixos e na marca própria como estratégia para contornar a redução do consumo e, em consequência, no volume de vendas.
Fonte: Económico