Ontem partilhámos um video de um manifestante que ficou em estado crítico após um colega lhe ter feito cair uma estátua em cima.

A estátua do Padre António Vieira, colocada em junho de 2017 no Largo Trindade Coelho (Lisboa), apareceu ontem vandalizada com a palavra “descoloniza” a vermelho.

Isto vem na onda de uma bárbara “moda” que está a a destruir património histórico, na América e também na Europa.

Estão a atacar figuras ligadas a períodos em que a escravatura / colonização se deram. No caso de Lisboa, trata-se essencialmente de ignorância uma vez que o Padre António Vieira era neto de uma negra e grande parte do seu trabalho no Brasil foi em defesa dos povos nativos e contra a descriminação. Junto das tribos brasileiras era conhecido como como “Pai Grande”, por defender os índios e os escravos.

Nos seus famosos sermões encontram-se metáforas em defesa da igualdade e das minorias. Nada disto importa, a quem só quer vandalizar.

Circulam até petições para que seja removido o padrão dos Descobrimentos e outros monumentos daquela que foi para todos os efeitos a época mais relevante da nossa história.

Sim, houve coisas más. Coisas terrivelmente erradas, vistas aos olhos de hoje. Mas imagina um futuro em que todos são vegetarianos. Será que vão destruir todo o património do tempo em que os monstros sanguinários comiam carne? Todos os escritores, filósofos, figuras de Estado que compactuaram com esse tempo terrível em que se comia carne terão de ser apagados da história? Se calhar acontecia mesmo, já não digo nada.

O melhor é mesmo destruirem todas as obras de arte que representem Adão e Eva, assim fica tratado, assumindo o “casal fundador” a responsabilidade simbólica por toda a m*erda que a humanidade alguma vez fez.

Quanto ao caso de Lisboa, a PSP está a tentar identificar os autores do vandalismo.