Estudo polémico indica esperma
como cura para depressão
Um artigo publicado na revista norte-americana ‘Popular Science’ veio reanimar o debate sobre as propriedades antidepressivas do esperma, que já levou ao afastamento de um investigador por ter sublinhado que esse poderia ser “um presente melhor do que chocolates” no Dia dos Namorados.
Em causa, como lembrou a articulista Jennifer Abbasi, está um estudo conduzido em 2002 na Universidade Estadual de Nova Iorque, em Albany, segundo o qual as mulheres que faziam sexo sem preservativo tinham menor propensão para sofrerem depressões.
Um total de 293 universitárias responderam a questionários sobre as suas vidas sexuais, tendo as respostas indicado uma grande diferença na incidência de depressões entre as mulheres que faziam sexo desprotegido e todas as outras.
Pelo contrário, eram poucas as diferenças entre as que usavam preservativo e aquelas que simplesmente não tinham relações sexuais, indiciando que a abstinência sexual não chegava para explicar o fenómeno.
Segundo os investigadores, estarão em causa substâncias existentes no líquido seminal, como o estrogénio e prostaglandinas, as quais têm propriedades antidepressivas.
De igual modo, as mulheres que não usavam preservativo ficavam mais devastadas quando chegava ao fim uma relação amorosa e tinham muito maior apetência para encontrar rapidamente um novo parceiro sexual.
Estas conclusões têm vindo a ser consideradas sexistas – e, no limite, perigosas, visto que podem induzir mulheres a dispensar métodos de protecção das doenças sexualmente transmissíveis.
Quando o presidente da Associação Americana de Cirurgiões, Lazar Greenfeld, escreveu um artigo a realçar os resultados do estudo realizado em 2002 na revista ‘Surgery News’, a reacção foi tão forte que este acabou por demitir-se dos cargos que ocupava.