Se fosse vivo, Jorge Amado completaria hoje um século de existência. Apesar de ter deixado o mundo em 2001, aos 88 anos de idade, a sua obra permanece e constitui um dos marcos incontornáveis da história do Brasil e da Língua Portuguesa.
A BNP assinala o centenário do nascimento de Jorge Amado (1912-2001) com uma exposição sobre os tempos e os modos de receção da sua obra no nosso país, desde o primeiro impacto intelectual, aliás de contornos polémicos, nos anos trinta do século XX, à projeção mediática que correspondeu à divulgação através de famosas séries televisivas e a passagem pelo cinema, após os anos setenta.
Nasceu a 10 de agosto de 1912, na Bahia, no Brasil, filho de um fazendeiro de cacau, e desde cedo se aventurou no mundo da escrita. Apesar de uma educação nos melhores colégios, os temas sobre os quais versava eram populares.
A escrita, essa, era simples e marcada pela irreverência e ironia. Obras como «Gabriela Cravo e Canela» e «Dona Flor e os seus Dois Maridos» ocuparam o seu espaço na cultura do Brasil, cuja identidade também Jorge Amado ajudou a construir.
O escritor teve uma vida política ativa. Foi membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), no tempo da ditadura, foi eleito membro da Assembleia Nacional Constituinte e responsável pela lei que garante a liberdade de culto no Brasil. Esteve exilado na América Latina e na Europa e nunca deixou de escrever.
Estima-se que tenha vendido mais de 20 milhões de livros, tendo inclusivamente algumas das suas obras sido adaptadas ao cinema e à televisão, através de novelas. O autor brasileiro, casado com Zélia Gattai, viu o seu trabalho reconhecido com vários prémios literários.
Homenagens a Jorge Amado
Hoje, quando se assinalam os 100 anos do nascimento do escritor, são várias as homenagens. No Brasil, prosseguem os espectáculos, os debates e o relançamento de livros.
Na Casa dos Bicos, em Lisboa, onde está a funcionar a fundação Saramago, vão estar fitinhas do Bonfim com frases de Jorge Amado, para lembrar o autor baiano.
A cidade de Viana do Castelo, por seu lado, vai atribuir o nome de Jorge Amado a uma rua e a uma ala da biblioteca.