A poucos quarteirões da CES (Consumers Electronic Show), feira que aconteceu em Las Vegas no começo do mês, diversos visitantes de outra feira também usavam óculos para ver imagens em uma televisão 3D. Mas ali o conteúdo passava longe de animações cheias de efeitos especiais, dando lugar a cenas de sexo explícito. A indústria de conteúdo adulto mostrou suas tendências, novidades e muitas estrelas de seus filmes durante a Adult Entertainment Expo, em Las Vegas.
A produtora Bad Girls exibia na feira um pacote tecnológico cujo objetivo é fazer com que as imagens dos filmes pornos saltem da tela para bem perto do espectador. O “3D in a Box” inclui televisão de 60 polegadas, partes de um computador, cabos e óculos 3D – o pacote custa US$ 3.999. Quem compra o aparelho fica apto a receber filmes em 3D da produtora a cada semana, mediante pagamento de mensalidade.
“A indústria de entretenimento adulto sempre foi a primeira a impulsionar a adoção de novas tecnologias. Foi assim com o VHS e com a internet. E o 3D tem tudo para ser o novo nicho a partir deste ano, apostamos nisso”, disse Lance Johnson, fundador da da empresa.
O realizador Joone, criador do Digital Playground, reforça a importância da adoção do 3D pelos estúdios. “Quem vê filmes adultos quer uma experiência completa. E o 3D vai ajudar nisso, permitindo que o espectador sinta que tem alguém no seu quarto”, disse.
Ele afirma que a Digital Playground foi a pioneira em vídeos em alta definição e que conta hoje com o maior catálogo em Blu-ray do mercado.
Para fevereiro, a empresa prepara um novo aplicativo para iPhone que pretende ir além das imagens das estrelas dos filmes. “Você poderá tirar uma foto sua e colocá-la em uma cena com Jesse Jane, nossa maior estrela. A ideia é que você se divirta, que faça uma brincadeira com os amigos, que se sinta parte dos filmes”, disse.
Gadgets eróticos
Os brinquedinhos eróticos também ganharam mais tecnologia. O Real Touch é um dispositivo interativo que se propõe a criar uma experiência real para quem assiste a filmes pornos da produtora AEBN.
A empresa sincroniza as cenas dos seus filmes com os movimentos do aparelho, que usa a tecnologia háptica, capaz de simular toques.
Quando o aparelho é conectado via USB, reproduz movimentos da boca e das partes íntimas do corpo humano mostradas na tela.
“Queremos que o espectador veja e sinta o que acontece na tela”, disse à Folha Scott Coffman, presidente da AEBN. O Real Touch custa US$ 150 e, segundo Coffman, ainda neste ano deve começar a ser vendido no mercado internacional.
Já o OhMiBod (US$ 69) foi apresentado como o primeiro vibrador musical wireless do mundo. A vibração do aparelho segue o ritmo da música, e o volume determina a intensidade dos movimentos. “O aparelho é muito interessante para casais que gostam de pensar em seleções de música para a hora do sexo. Eles acabam se divertindo antes e durante a relação”, disse Brian Vatter, presidente da empresa.
A feira deu espaço até para uma versão física daquele famigerado spam “Enlarge your Penis” (aumente seu pênis). Em um dos estandes, kits com vitaminas e tubos que servem para estimulação a vácuo prometiam aumentar o pênis dos insatisfeitos. “É como uma ginástica, basta você se esforçar todo dia para conseguir entre 2,5 cm e 4 cm de aumento”, afirmou o gerente de vendas Joel Kaplan.