Libertação imediata de Nabil Al-Raee, director artístico e professor do The Freedom Theatre de Jenin, na Palestina.
Detenção ilegal: na madrugada do passado 6 Junho, militares israelitas invadiram a residência de Nabil AL-Raee e levaram-no preso, sem qualquer justificação. Micaela Miranda, portuguesa e esposa de Nabil, explica: “Acordámos com os cães a ladrar, fui à porta e vi vários militares a pularem os portões, com armas apontadas, chamando Nabil Al-Raee.
Israel recorreu mais uma vez neste caso ao chamado regime de “detenção administrativa”, prisão sem os mais elementares direitos e que se caracteriza pelo isolamento do detido, proibição de quaisquer contactos, mesmo com os advogados, ausência de acusação e de culpa formada, indefinição do período de privação da liberdade. Este regime esteve na origem da recente greve da fome de dois mil presos palestinianos, na qual o futebolista internacional Mohammed Serzak se mantém ao 85º dia, em risco de vida sem que as autoridades israelitas autorizem a transferência para um hospital.
Nabil veio à rua, cooperante, para evitar que os militares fossem mais violentos ou que disparassem as armas. A nossa filha (2 anos) acordou e viu o pai a ser levado com as armas apontadas à cabeça.” Soy portuguesa, por lo tanto, una extranjera. Como mujer, y como europea, pienso que lo que ha pasado ayer no tiene dignidad.” – entrevista com M.M. ao jornal espanhol Fronterad LaRevista).
O ‘The Freedom Theatre’ é um Centro Cultural e Escola de Teatro desde 2006, no campo de refugiados de Jenin. Envolve crianças e jovens refugiados na tarefa de sonharem com um futuro melhor. Já representaram na Europa e planeiam vir a Portugal em Agosto.
Vivem e trabalham sob uma rotina constante de violência pela ocupação israelita e pela Autoridade Palestina: “El ejército israelí trabaja con la Autoridad Palestina. La Autoridad Palestina no defiende a los palestinos, sino sus propios intereses.”
Sobre a ideologia do Teatro, refere: “Combatir la opresión a través del arte no es sólo la tesis del Freedom Theater de Jenín, sino que se puede aplicar a cualquier institución dentro y fuera de Palestina. Nosotros queremos darles esperanza a los niños que viven encerrados en este muro. Esperanza de que hay una vida fuera del cemento que los aprisiona. Pero, cuando irrupen en tu casa con pistolas a robarte tu marido, o cuando te asesinan frente a todos por pensar de manera libre, como fue el caso de Juliano (ex-diretor del teatro), me hace pensar cómo el arte va a combatir contra armas.”
Hoje, 11 de Junho, a única informação do exército israelita é que Nabil Al-Raee está detido numa prisão a norte de Israel. Afirmam que está incontactável e privam-lhe o acesso ao seu advogado. Desconhece-se qual, entretanto, o estado de saúde, física e mental, de Nabil.
Apelamos a quem concordar com esta indignação (e tantas outras que diariamente ocorrem na Palestina e no mundo) que assine e divulgue esta petição para a libertação de um homem cuja única ‘arma’ é a sua voz livre, o seu altruísmo, a sua paixão pela cultura e pela arte, num território e numa população minados de violência e de traumas.