Cerca de quatro milhões de votos depois, estão escolhidas as 22 cidades que entram na nova e mundial edição do Monopoly. Lisboa foi a 4.ª mais votada do mundo e ficará num “bairro” muito luxuoso.
É, provavelmente e ainda, o mais famoso jogo de sala do mundo. E, nesta quinta-feira em que cumpre 80 anos, o Monopoly celebra revelando as cidades escolhidas para uma muito especial e mundial edição de aniversário do tabuleiro, a ser lançada em Setembro. Uma revelação com cuidados de celebridade galáctica: às redacções a informação chegou sob compromisso de embargo até às 9h da manhã, hora em que a notícia poderia ser dada em todo o mundo para o devido efeito global e viral.
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Após uma votação que decorreu online nas últimas semanas, a Hasbro, empresa que detém o jogo, confirmou assim a eleição oficial de Lisboa para o jogo mais capitalista do planeta — e que tem a figura de um milionário à antiga como ícone.
Para a capital portuguesa, é uma entrada de leão, já que foi a 4.ª cidade mais votada do mundo e, adiantam, ficará localizada no “bairro verde”, o “quarteirão mais caro” do novo tabuleiro, o “último antes da passagem pela casa de partida”. A cidade será identificada por uma imagem da Torre de Belém.
Contabilizados cerca de quatro milhões de votos originados em 182 países, segundo dados adiantados pela empresa, além de Lisboa, foram apuradas mais 21 cidades, as que conseguiram dominar também a arte de promover-se e criar online grupos de apoio e apelo ao voto.
É assim que, por exemplo, há uma surpresa no topo da lista, o Peru. A capital, Lima, conseguiu ser a mais votada de todas as cidades, conquistando o direito a ocupar a zona “mais cara” — será, digamos, a versão mundial do Rossio. E a geografia financeira do Monopoly poderá continuar a confundir alguns: no bairro mais caro ficam Lima e Hong Kong. No seguinte, o de Lisboa, estão ainda Riga e Istambul. Mais “baratas” são Varsóvia, Cidade do México ou Santiago do Chile. Mas também, lista abaixo, Londres, Moscovo ou mesmo Tóquio, já para não falar em Nova Iorque, Sydney e, no bairro mais barato de todos, Madrid.
O Monopoly dos viajantes
O novo jogo inclui algumas novidades em relação ao habitual, já que irá pôr os jogadores a viajar. Contando com “peões icónicos”, obriga os participantes a visitarem “o maior número de destinos” e até a coleccionarem “selos de passaporte pelo caminho”. Sendo o jogo que é, e como todo o viajante sabe, não há viagem sem taxas: “Todos os jogadores ganham dinheiro com taxas de visitas sempre que os adversários aterrem nas suas propriedades”. O vencedor será o “primeiro a preencher o passaporte”.
Uma variação viajante do jogo que pôs meio mundo a “negociar” em imobiliário desde 19 de Março de 1935, data em que a Parker Brothers “adquiriu os direitos do Monopoly a Charles Darrow [autor da diversão dois anos antes] e começou a vender o jogo pouco tempo depois nos EUA”. Oitenta anos depois, com vida online e em aplicações, e já propriedade da Hasbro (que tem dezenas de marcas de jogos), contam-se, segundo dados da empresa, “mais de mil milhões de jogadores em 114 países”, tendo sido “traduzido para 47 línguas” (e até Braille) e tendo “mais de 300 versões oficiais”, incluindo temáticas.
Em Portugal, joga-se desde os anos de 1950 graças à Majora e o nome luso original, Monopólio, apesar da mudança de marketing para a denominação internacional inglesa, continua a ser usado. A edição “mais popular” lançada em Portugal, informam, data dos anos 70/80, com o Rossio sempre como “a propriedade mais valiosa” e o Campo Grande como “a menos valiosa”.
Os “bairros” da edição mundial do Monopoly
(por ordem decrescente do valor)
Bairro azul-escuro: Lima (Peru), Hong Kong (China)
Bairro verde: Riga (Letónia), Lisboa (Portugal), Istambul (Turquia)
Bairro amarelo: Varsóvia (Polónia), Cidade do México (México), Santiago (Chile)
Bairro encarnado: Belfast (Irlanda), Atenas (Grécia), Belgrado (Sérvia)
Bairro laranja: Londres (Inglaterra), Moscovo (Rússia), Tóquio (Japão)
Bairro magenta: Nova Iorque (EUA), Amesterdão (Holanda), Sydney (Austrália)
Bairro azul-claro: Queenstown (Nova Zelândia), Cidade do Cabo (África do Sul), Taipei (Taiwan);
Bairro castanho: Giethoorn (Holanda), Madrid (Espanha)