É caso para dizer: “Então e novidades?”. Vários jornalistas americanos de renome têm vindo a fazer uma investigação que revela que as circunstâncias da morte de Bin Laden não passam de uma mentira inventada pela CIA com a ajuda de Hollywood para fazer propaganda.
O jornal The New York Times reforça esta possibilidade, que vem corroborar a teoria já defendida pelo jornalista de investigação Seymour Hersh que, há cerca de cinco meses, publicou um artigo defendendo a ideia de que as circunstâncias da morte de Bin Laden foram forjadas pelo governo norte-americano.
Que o homem esteja realmente morto, nenhum destes jornalistas põe em causa. Agora as provas têm vindo a revelar que a versão oficial da morte não tem nada a ver com o que realmente se passou. A narrativa da morte de Osama Bin Laden pode ter sido isso mesmo, uma narrativa ao bom estilo americano inventada pelo governo de Obama e contando até com a colaboração de Hollywood.
Vários artigos têm vindo a ser publicados sobre uma pretensa operação encenada, e o jornal evidencia de novo essa ideia citando alguns dos jornalistas mais influentes e mais respeitados dos EUA, entre os quais Steve Coll, vencedor do Prémio Pulitzer e ex-sub-director do Washington Post.
Steve Coll acredita na versão de Seymour Hersh de que os EUA localizaram Bin Laden graças a uma dica de um ex-general paquistanês, em troca de 25 milhões de dólares (cerca de 22 milhões de euros).
A ex-correspondente do New York Times no Afeganistão e no Paquistão, Carlotta Gall, alega, por seu lado, que o Paquistão mantinha Bin Laden numa espécie de prisão domiciliária em Abbotabad, a localidade afegã onde foi localizado.
Já o ex-agente da CIA, Robert Baer, também dá a entender ao jornal que a versão do governo de Obama é falsa.
De acordo com a versão oficial, a CIA trabalhou, durante vários anos, na sombra, pondo em prática intensos e duros interrogatórios e muito esforço de espionagem, até chegar ao local onde Bin Laden foi encontrado em Abbottabad.
O ataque ao local fez-se, alegadamente, sem se saber que Bin Laden estava de facto lá, com recurso a 23 SEALs e a dois helicópteros Black Hawk, e sem qualquer conhecimento ou colaboração do governo paquistanês.
Esta história de heroísmo à boa maneira americana é relatada no filme “Zero Dark Thirty”, da realizadora Kathryn Bigelow, e será, afinal, a versão da CIA sobre a morte de Bin Laden, mas não necessariamente a verdade.
O New York Times garante ter tido acesso a supostos documentos, obtidos ao abrigo de uma Lei da Liberdade de Informação que permite o acesso a dossiers internos do Estado, que demonstrarão que “a CIA colaborou com entusiasmo com os cineastas” e que marcou inclusive reuniões do guionista e da realizadora “com numerosos analistas e altos cargos que foram identificados como participantes na caça a Bin Laden”.
A publicação conclui, desta forma, que o governo de Obama converteu o ataque a Abbotabad numa “operação propagandista”, nomeadamente com vista à defesa da prática da tortura contra os suspeitos de terrorismo.
Não há melhor forma de passar a mensagem do que pedir uma pequena ajuda a Hollywood.