Bem antes de ficarem a par desta má notícia, precisamente seis anos antes, Joy já tinha notado uma grande diferença no marido.
Porém, Joy só relacionou este odor à doença quando começou a frequentar a instituição Parkinson’s UK, na qual conheceu pessoas que tinham exatamente o mesmo cheiro.
Por um acaso, a mulher mencionou o estranho ‘poder’ enquanto conversava com alguns investigadores, algo que os deixou intrigados.
A Universidade de Edimburgo decidiu assim testar a sua incrível capacidade e os resultados foram bastante claros. Tilo Kunath foi um dos primeiros investigadores a conversar com Joy.
“A primeira vez que a testamos, usamos seis pessoas com Parkinson e seis pessoas que não tinham a doença. Todas usaram camisolas brancas por um dia, que foram depois dobradas e empacotadas. A tarefa seguinte era que Joy dissesse quem tinha, ou não, Parkinson”, explica o investigador.
“Conseguiu acertar onze pessoas no total de doze. Ficamos muito impressionados”, acrescenta.
Segundo Kunath, além de acertar praticamente tudo, Joy ainda insistiu que uma das pessoas da equipa de investigação também apresentava o mesmo cheiro.
“Mas essa pessoa era da equipa, então supostamente não podia ter Parkinson. A própria pessoa confirmou que não tinha a doença”, conta.
Meses mais tarde, os investigadores foram novamente surpreendidos pelas capacidades de Joy.
“Oito meses depois, essa pessoa informou-nos que tinha sido diagnosticada com Parkinson. Então Joy não estava certa em apenas onze pessoas, ela acertou mesmo nas doze”.
Ainda não existe um exame específico para prever a doença mas, a partir deste episódio, os investigadores acreditam que as mudanças na pele das pessoas que tenham a doença produzem um cheiro específico.
Esta descoberta pode ser um passo em frente para conseguir desenvolver um teste simples, que guarda amostras das pessoas portadoras da doença, ao passar um cotonete na testa.
De acordo com a diretora da Parkinson’s UK, Katherine Crawford, este teste poderia ter um grande impacto na vida das pessoas.
“É uma doença incrivelmente difícil de diagnosticar. Na prática, ainda a diagnosticamos da mesma forma que o doutor James Parkinson fazia em 1817, ou seja, observando as pessoas e os seus sintomas”, explica.
“Um teste podia agilizar essa situação, permitindo que as pessoas simplesmente fossem ao médico fazer um exame e sair do consultório com um diagnóstico feito”.