“Alejandro” é o mais recente teledisco de Lady Gaga. Este é o quarto single extraído de Fame Monster , último disco de originais da cantora nova-iorquina de 24 anos. No vídeo (quase uma curta-metragem, com os seus 8 minutos e 44 segundos), Gaga apresenta-se muito futurista e, como sempre, provocadora em doses industriais.
Com cenas fortes de intensidade homossexual e carga religiosa forte, Steven Klein (o realizador) e Lady GaGa produziram um templo à arte performativa e visual. Uma viúva frígida: é essa a imagem final que me fica no primeiro instante após o primeiro visionamento completo. GaGa explicou o teledisco como sendo um templo ao amor homossexual, em que ela interpreta uma mulher que tenta conquistar o coração dos homossexuais. É um amor monstruoso esse que a mata no final, percebe-se.
Existe, no teledisco, uma dualidade entre as duas valências da carreira dela: o apoio ao amor gay e a relação com Deus. Duas das valências, para ser mais preciso. As referências são claras em relação a Isabel I – Rainha Frígida – , à Inquisição e à Reforma (com as fogueiras, a cruz e a espécie de ritos que os homens fazem) que a própria Rainha Frígida executou, na Inglaterra, para fazer vingar a sua Igreja.
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Mais uma vez, Lady GaGa mostra que é inteligente e consciente. Escolhe bem os realizadores (Steve Klein deu-lhe um toque Madónico que tornou tudo mais épico). GaGa tem o poder de devolver o fenómeno “acontecimento mundial” ao pop. E isso é de louvar. Em três palavras: Magistral, Poderoso e Perfeito.
Lady GaGa devolve ao pop o fulgor criativo dos grandes acontecimentos dos anos 80 e 90. Cada passo é um acontecimento. E isso, leitores, já não me lembrava de ver há muito tempo num género que se achava estéril.
Tnks: Luis Ferreira