Há várias versões deste paradoxo e vários autores já ofereceram soluções para lidar com ele. É o post ideal para partilhar hoje, Dia das Mentiras.
“Paradoxo de Epiménides” é muitas vezes considerado um termo equivalente a “Paradoxo do mentiroso” e é também o tipo de “Paradoxo do mentiroso” mais conhecido do público em geral. Contudo, a equivalência dos dois é muito questionável:
Epiménides foi um filósofo-poeta do Século VI a.C.. Sendo ele próprio um minoano, terá presumivelmente escrito: Os minoanos são sempre mentirosos. (Bíblia, Novo Testamento, Epístola a Tito 1:12)
A versão mais antiga do paradoxo do mentiroso, tal como o vamos considerar, é atribuída ao filósofo grego Eubulides de Mileto que viveu no século IV a.C.. Presumivelmente, Eubulides disse: Um homem diz que está a mentir. O que ele diz é verdade ou mentira?
Para simplificar, consideremos a afirmação:
“TUDO O QUE EU DIGO É MENTIRA!”
Ora bem, esta afirmação pode ser verdadeira ou falsa:
- Se considerarmos que é verdadeira -> é falso que tudo o que a pessoa diz é mentira.
- Se considerarmos que é falsa -> a pessoa acabou de dizer uma verdade.
Seja como for, é inválida.
Se o tema te interessar, poderás ler mais sobre o paradoxo e conhecer as soluções propostas por alguns filósofos.
Recomendamos este excelente trabalho do Ricardo Santos (Instituto de Filosofia da Linguagem FCSH-UNL, Universidade de Évora).
– Neste documento enquadra mais detalhadamente o paradoxo.
– E neste explica a solução proposta por Kripke.
E por fim as fontes: J. Barwise and J. Etchemendy, The Liar, Oxford, 1987. J. C. Beall (ed.), Liars and Heaps: New Essays on Paradox, New York, 2004. Graham Priest, Doubt Truth to Be a Liar, New York, 2006.
“Ena, olha o ainanas a fazer um post todo académico e o caraças… todo certinho!”