A razão que motivou a escolha do nome Francisco pelo cardeal argentino Jorge Bergoglio após ter sido eleito o novo chefe espiritual dos católicos é a homenagem a Francisco de Assis, um “homem da pobreza”.
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“Aquando da eleição, tinha ao meu lado o arcebispo emérito de São Paulo, Claudio Hummes. Um grande amigo. Quando as coisas se tornaram perigosas, ele reconfortou-me. Quando os votos chegaram aos dois terços, começaram a aplaudir porque tinha sido eleito o Papa. Ele abraçou-me, beijou-me e disse: ‘ Não te esqueças dos pobres’. Imediatamente pensei em Francisco de Assis. Um homem da pobreza, da paz, que ama a criação, que queria uma Igreja pobre e para os pobres”.
O episódio foi transmitido pelo Sumo Pontífice numa audiência com os representantes dos media de todo o mundo. O encontro não serviu como conferência de imprensa mas antes uma manifestação de apreço pelo trabalho desenvolvido pelos jornalistas, durante o Conclave, e a quem se dirigiu como “amigos”.
“O papel da Igeja tem vindo a crescer nos últimos tempos e tem sido indispensável também o papel da imprensa nesse desenvolvimento. E, portanto, conto com o vosso serviço qualificado dos últimos dias”, afirmou momentos antes de contar o episódio relativo ao seu nome.
“Trabalharam arduamente”, continuou, bem disposto, perante um auditório lotado na sala Paulo VI, no interior do Vaticano, o local onde são celebradas as audiências públicas, tendo sido interrompido pelos aplausos e sorrisos dos presentes.
“Nos últimos dias em que os olhos se viraram para a cidade de Roma, falou-se muito da Santa Sé, das tradições, da fé e do papel do Papa no seu ministério”, acrescentou e dirigiu um agradecimento “muito especial a todos os que apresentaram este evento da história da Igreja, tendo em conta a perspetiva mais correta da eleição”.
“Não são eventos mais complicados do que os políticos ou económicos. Todavia, têm uma característica de fundo muito particular. Respondem a uma lógica que não é principalmente de categoria mundana e exige conhecimentos específicos, com uma componente especial”, apontou o Papa Francisco. “Cristo é a referência fundamental. Sem ele, a Pedro e a Igreja não existiriam”, salientou, alundindo ao sentido seguido pelo seu antecessor Bento XVI. Deixava ainda um sinal de gratidão pela comunicação baseada na “busca da verdade, da bondade e da beleza tal como faz a Igreja”.
Depois de ser cumprimentado pessoalmente por alguns dos presentes e antes de abandonar a sala, o Papa voltou a pedir o uso da palavra. Despediu-se num tom mais informal, com a nota de que respeita a “consciência” de cada um, a propósito das suas crenças, e deixou a sua benção a todos.