11 feridos e um detido no “Cerco ao Parlamento”. O protesto visou, segundo os organizadores, contestar o Orçamento Geral do Estado para o próximo ano e pedir a demissão do Governo.
Até quando irá o Governo insitir neste caminho? Há cada vez mais pessoas indignadas com o assalto que está a ser feito às carteiras dos contribuintes: patrões, empregados, desempregrados e pensionistas.. não há quem fique a salvo.
Os confrontos ocorridos na noite de quarta-feira nas proximidades do parlamento causaram 11 feridos, dos quais 10 agentes da PSP e um manifestante, que se encontra detido, afirmou fonte policial à agência Lusa.
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Cerco ao Parlamento, em Lisboa, no dia da entrega do Orçamento de Estado 2013. O protesto foi promovido pela Plataforma “15 de Outubro”, e contou com a presença de cerca de 5.000 pessoas. As grades, ainda que reforçadas, não resistiram à indignação geral do povo, vivendo-se momentos tensos perante uma fortíssima presença policial.
O comissário Jairo Campos disse que foram consumadas duas detenções por resistência e coação aos agentes de autoridade. “Para além do manifestante detido que foi transportado ao hospital, houve mais uma detenção”, disse.
O manifestante detido foi transportado ao hospital, por estar a sangrar da cabeça, e os ferimentos nos agentes foram causados quase que exclusivamente por apedrejamento, acrescentou.
Dois dos agentes feridos tiveram de ser assistidos no hospital por ferimentos ligeiros, indicou.
O comissário informou ainda que vários capacetes de polícias estão amolgados, devido a pedras arremessadas, e que duas viaturas policiais também foram danificadas, com amolgadelas e vidros partidos inclusive, tal como vários automóveis de civis.
Cerca de 30 manifestantes encontravam-se nas imediações do parlamento cerca das 01:30, adiantou o comissário Jairo Campos.
Elementos do Corpo de Intervenção concentrados na escadaria da Assembleia da República, em Lisboa, avançaram com cães contra vários manifestantes que arremessaram pedras, garrafas e outros objectos, havendo já pelo menos um ferido, constatou a Lusa no local.
O Corpo de Intervenção da PSP avançou com cães, após várias dezenas de manifestantes terem atirados pedras, garrafas, caixotes de lixo contra os polícias, a partir da rua leteral ao parlamento, onde três ecopontos foram arrancados do chão pela multidão em protesto contra as medidas de austeridades decretadas pelo Governo e contra o Orçamento do Estado, hoje apresentado oficialmente.
Cerca das 23h15, um dos manifestantes ficou ferido e foi transportado para longe por elementos do Corpo de Intervenção da PSP, tendo poucos minutos depois chegado uma ambulância do INEM.
Fonte da PSP confirmou à agência Lusa que um dos manifestantes ficou ferido e que vai ser hospitalizado, não confirmando para já a detenção deste elemento alegadamente envolvido nos desacatos.
A mesma fonte adiantou que a ação do Corpo de Intervenção “visou apenas dispersar os manifestantes” e ocorreu após “o arremesso de inúmeros objectos contra a polícia”.
Na sequência da investida policial, várias dezenas de manifestantes fugiram a subir a Calçada da Estrela, uma das vias laterais ao parlamento.
Várias centenas de pessoas continuam concentradas nas imediações da Assembleia da República.
Antes, dezenas de manifestantes tentaram ocupar o relvado em frente à Assembleia da República, numa altura em que foi reforçado o cordão policial em volta do edifício.
A primeira linha entre os manifestantes e as escadarias do Parlamento era guardada por dezenas de agentes do Corpo de Intervenção com equipamentos antimotim, com uma segunda linha a meio da escadaria composta por elementos do serviço de intervenção rápida.
Os manifestantes que se concentraram em frente ao Parlamento formaram um cordão humano à volta do edifício, derrubando algumas grades colocadas pela polícia e lançando dois petardos.
A polícia reforçou o seu contigente dentro do perímetro da Assembleia da República com elementos do Corpo de Intervenção da PSP, depois de os ânimos entre os manifestantes terem aquecido, com o lançamento de dois petardos e algumas garrafas.
Em contrapartida, um dos manifestantes colocou-se de joelhos frente a polícia e começou a rezar.
Quando a polícia se apercebeu da movimentação dos manifestantes deslocou várias carrinhas do Corpo de Intervenção para o local.
O “Cerco a S.Bento!Este não é o nosso Orçamento” pretende, segundo os organizadores – os movimentos 15 de outubro e Sem Emprego – contestar as contas do Estado para o próximo ano e pedir a demissão do Governo.
O Governo entregou na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado de 2013, que prevê um aumento dos impostos, incluindo uma sobretaxa de 4% em sede de IRS.
O ministro das finanças apresentou a proposta do Orçamento do Estado às 18:00.
O orçamento é votado na generalidade no final dos dois dias de debate, 30 e 31 de outubro.
A votação final está agendada para 27 de novembro no parlamento.