O debate sobre se as grávidas podem, ou não, consumir bebidas alcoólicas já dura há vários anos mas o novo relatório da Academia Americana de Pediatria quer pôr um ponto final na questão.
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NENHUM!
Um relatório americano afirma que as mulheres que estão à espera de bebé não devem consumir nenhum tipo de bebida alcoólica, mesmo que seja uma baixa quantidade ou só de vez em quando: tolerância zero, é essa a resposta.
Enquanto que alguns estudos defendem que ingerir pequenas quantidades de álcool não representa um problema, o novo relatório afirma que todas as bebidas, tal como cerveja e vinho, são sempre um risco, independentemente da quantidade ingerida.
No geral, a maioria das mulheres corta completamente com o álcool quando está à espera de um filho, no entanto, uma pequena percentagem ainda admite que continua a beber.
De acordo com uma das principais autoras do relatório, Janet F. Williams, há mais evidências que apontam para os perigos do álcool na gravidez do que o contrário, nomeadamente, “malformações congénitas e deficiências”.
O relatório sugere que as mulheres que consomem álcool durante a gravidez podem colocar o feto em risco de desenvolver transtornos do Espectro Alcoólico Fetal, um termo genérico para um grupo de condições que, além de poderem passar despercebidas pelos médicos, podem causar problemas físicos, comportamentais e de aprendizagem numa criança.
Mais atenção tem sido dada a uma condição chamada Síndrome do Alcoolismo Fetal, no qual as crianças podem ter características físicas mais visíveis, juntamente com problemas de aprendizagem e de comportamento.
Além de vários problemas de crescimento, são comuns três características faciais: um lábio superior fino, um sulco entre o nariz e o lábio superior e uma distância reduzida entre o canto interno e externo do olho.
“As mulheres que estão à espera de bebé ou que estão a tentar engravidar devem abster-se do álcool por completo”, conclui a responsável pelo relatório.
A exposição pré-natal ao álcool pode assim, independentemente da quantidade, produzir efeitos tóxicos que podem alterar a função cerebral do feto, resultando numa criança com problemas de atenção, de memória e até de competências linguísticas.