A Organização Mundial de Saúde decretou, esta sexta-feira, o estado de «emergência de saúde pública de carácter mundial» devido à epidemia do Ébola.
O anúncio é o resultado de uma reunião do Comité de Emergência da OMS, reunido há dois dias em Genebra.
A organização considera a epidemia um «evento extraordinário» que já constitui um risco internacional, para a qual é necessária uma resposta coordenada para controlar a doença.
Desde o início do ano, a epidemia já provocou 932 mortos e infetou mais de 1.700 pessoas na Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. Na Serra Leoa, duas cidades do leste do país foram colocadas em quarentena e as autoridades decretaram o encerramento de locais de diversão, como discotecas e cinemas. Na Libéria, onde os corpos dos mortos permanecem nas ruas, a Presidente declarou o estado de emergência nacional por 90 dias.
A diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan, pediu à comunidade internacional que ajude os países afetados a combater a epidemia, a pior em quatro décadas.
Em conferência de imprensa, Chan afirmou que os países da África Ocidental mais atingidos pela epidemia «não têm meios para responderem sozinhos» à doença e pediu «à comunidade internacional que forneça o apoio necessário».
A OMS declarou hoje a epidemia, que já matou, desde março, 932 pessoas e infetou mais de 1.700, como «emergência de saúde pública de carácter mundial».
«Uma resposta internacional coordenada é essencial para travar e fazer recuar a propagação mundial» do vírus do Ébola, sublinhou a comissão de emergência sanitária da organização.
A comissão alertou que «os Estados devem estar preparados para detetar e tratar casos de Ébola» e «facilitar a retirada de cidadãos, em particular pessoal médico, que estiveram expostos ao vírus» da febre hemorrágica.
A comissão sublinhou que os chefes de Estado dos países afetados devem «decretar o estado de emergência» e «dirigir-se pessoalmente à nação para fornecer informação sobre a situação».
O responsável da OMS para a epidemia, Keiji Fukuda, adjunto de Margaret Chan, afirmou que a quarentena de pessoas suspeitas de estarem infetadas, deve ser de 30 dias, dado que o tempo de incubação é de 21 dias.
O vírus do Ébola transmite-se por contacto direto com o sangue, líquidos ou tecidos de pessoas ou por contacto com animais infetados.
A febre manifesta-se através de hemorragias, vómitos e diarreias. A taxa de mortalidade varia entre os 25 e 90% e não é conhecida uma vacina contra a doença.
Entretanto, o missionário espanhol infetado com o vírus já está em Madrid, e a freira, que viajou no mesmo avião, já fez exames e não está infetada com a doença. Neste caso específico foi positivo que padres e freiras não se toquem muito, pelo menos em público. Os dois chegaram, ontem, à capital espanhola debaixo de fortes medidas de segurança.
Já os Estados Unidos ordenaram o regresso a casa das famílias dos funcionários da embaixada do país na Libéria devido ao surto de Ébola.
O Departamento de Estado também apelou aos cidadãos norte-americanos para não viajarem para a Libéria, repetindo uma instrução anterior das autoridades de saúde dos EUA.
Há quem veja nesta situação sinais preocupantes, não pela doença em si, mas pela hipótese de tudo isto ser planeado por organizações com fins obscuros, ao mais alto nível: