O que temos visto ao longo do dia de hoje é simplesmente vergonhoso e expõe bem o nível a que chegou o jornalismo.

Têm aparecido notícias alarmistas sobre a peste negra, após ter sido detectado um caso na Mongólia Interior.

Lançam o alerta, aproveitando-se do medo causado pela pandemia de COVID-19 para deixar no ar que pode vir aí mais uma devastadora peste como a que dizimou a Europa no período medieval.

Esquecem-se de dizer, ou dizem só nas últimas linhas do artigo algo muito importante: hoje em dia a doença é tratável com antibiótico e todos os anos surgem pequenos surtos, que são facilmente controlados.

Ao contrário do coronavirus, a bactéria que origina a doença que ficou conhecida como “peste negra” precisa de condições muito específicas de falta de higiene para se propagar. Mais uma razão para ter sido mortífera no período medieval.

Já não estamos em 1350 e hoje essa doença é muito menos assustadora, embora obviamente ainda seja fatal se os infectados não forem tratados a tempo. Têm uma morte horrível e dolorosa, normalmente em 24h.

O homem infectado é um pastor. Normalmente a doença transmite-se através de roedores, que têm pulgas infectadas com a bactéria yersinia pestis, podendo também ser transmitida quando se está em contacto com um cadáver infectado.

Não é algo que se apanhe no ar quando estás por aí tranquilamente na tua vida. A “peste bubónica” aparece todos os anos, convive connosco há séculos, e cada vez há menos casos.

Esta não é para já uma notícia alarmante, e é triste que meios de comunicação social que deviam ser credíveis não sejam mais do que prostitutas da atenção fácil e façam de tudo para a ter, mesmo que para isso tenham de assustar as pessoas sem fundamento.