Michael Schumacher permanece em estado crítico, após um acidente de esqui em França, e “está a lutar pela vida”, revelou nesta segunda-feira a equipa médica que o acompanha no Hospital de Grenoble.
“Podemos falar de risco de vida. Ele está a ser reanimado. A sua condição é muito grave”, disse Jean-François Payen, chefe do serviço de reanimação do Hospital de Grenoble, citado pela AFP.
“Ainda não nos podemos pronunciar sobre o futuro de Michael Schumacher”, acrescentou Payen, explicando que o ex-piloto de Fórmula 1 sofreu “lesões difusas e graves”, apesar de usar um capacete quando esquiava em Méribel.
Segundo os médicos, Schumacher foi protegido em parte pelo capacete. “Quem sofresse um choque deste tipo sem capacete, certamente não chegaria cá”, afirmou Payen.
Schumacher, sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, embateu com a cabeça numa rocha, quando esquiava fora da pista da estância de Méribel, nos Alpes franceses.
Inicialmente, o director da estância de esqui disse que o acidente não foi grave e que o alemão estava consciente, apesar de “abalado e um pouco aturdido”. Mas depois de ter sido transportado de helicóptero para o Hospital de Moûtiers, Schumacher foi transferido para o Hospital Universitário de Grenoble, onde chegou em coma e com “um traumatismo craniano grave”. Foi submetido imediatamente a uma intervenção neurocirúrgica. Ele está em estado crítico”, informou no domingo à noite o hospital.
Depois da queda, o piloto alemão “tinha movimentos espontâneos nos quatro membros, mas não respondia a perguntas”, explicou o neurocirurgião Stephan Chabardes, acrescentando que o estado de saúde de Schumacher se “deteriorou rapidamente” e que ele entrou em coma, “com sinais de hipertensão intracraniana”.
As autoridades judiciais de Albertville, nos Alpes franceses, abriram uma investigação às circunstâncias do acidente. A justiça local, que descarta o envolvimento de terceiros no acidente, quer conhecer as causas da queda de Schumacher e prevê necessitar de vários dias para concluir as investigações, a cargo do pelotão de Gendarmes de Alta Montanha de Bourg-Saint-Maurice e da polícia de Méribel.
A imprensa alemã chegou a escrever que Schumacher foi sujeito a uma segunda operação durante a noite, mas os médicos negaram e disseram que isso nem sequer está previsto. Confirmaram, sim, que o germânico foi operado uma vez, em condições de hipotermia (34 a 35 graus), “para reduzir o estímulo natural de consumo de oxigénio no seu cérebro”, disse Payen, citado pela AFP.
O neurocirurgião Gerard Saillant, amigo pessoal de Schumacher, viajou de Paris para Grenoble, para acompanhar directamente o processo.
Schumacher, que abandonou definitivamente a Fórmula 1 em 2012, é um entusiasta de esqui e dono de uma casa em Méribel, local do acidente.
O alemão já tinha sofrido um grave acidente na Fórmula 1, em 1999, quando partiu uma perna num despiste durante o Grande Prémio de Inglaterra. Já depois da sua primeira retirada da Fórmula 1 (em 2006), Schumacher teve em 2009 um grave acidente de moto, em Espanha, sofrendo lesões na coluna e pescoço.
O estado de saúde do alemão já motivou várias reacções. Oliver Panis, ex-piloto francês, deslocou-se ao hospital e manifestou a sua “inquietação” com a situação de Schumacher. No Twitter, Felipe Massa, ex-colega de equipa, escreveu: “Que Deus te proteja, meu irmão”.