Ficámos um bocado surpreendidos com toda a polémica à volta do novo programa da SIC. Tão surpreendidos que até fomos ver o programa para tentar perceber o que teria gerado tamanho escabeche.
Sinceramente não vimos nada do outro mundo. Parece um formato normalíssimo de reality TV, como há aos pontapés por esse mundo fora. Basta ligar o TLC a qualquer momento e está a dar algo ao mesmo nível. Se eu expunha os meus filhos e a minha própria vida daquela maneira? Hell no! Mas também não usaria os meus filhos num canal de humor como faz por exemplo o Raminhos. Vão fechar-lhe o canal também por expor a vida das Marias?
Parece um bocado tempestade num copo de água, tanta cena à volta do programa. A TVI tentou por tudo que o país se revoltasse contra os raptos de crianças por parte da Igreja do Reino de Deus, e a malta cagou completamente de alto.. ninguém mexeu uma palha. Agora há um programa de dicas para educar melhor os monstrinhos de palmo e meio e fica tudo indignado? Dafuq?
Até já há autoridades metidas ao barulho! Incluindo a comissão de proteção de crianças e jovens que de repente fez disto uma prioridade, como se não houvesse crianças a sofrer reais maus tratos neste país e já se justificasse andar a gastar recursos públicos a combater programas de televisão, mas enfim…
Ordem partiu da CPCJ de Loures e é referente ao primeiro episódio do programa. SIC contesta e diz que não vai respeitar o pedido. Os familiares da próxima criança também estão preocupados.
Numa carta da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Loures para a SIC, a CPCJ ordena à estação de Carnaxide que retire todas as imagens do programa em que apareça Margarida, a primeira criança a figurar no programa “Supernanny” emitido no domingo, num prazo de 48 horas.
O programa da polémica
A medida é específica e exige a retirada de todos os vídeos promocionais, reposições ou repetições do programa, quer na televisão, quer na internet, redes sociais ou streaming.
Esgotando-se as 48 horas – que começaram a contar ontem quando a emissora recebeu a carta registada com aviso de receção -, a CPCJ avança, em articulação com o Ministério Público, para um inquérito a fim de verificar a existência do crime de desobediência.
De acordo com o Expresso, no entanto, não será necessário esperar 48 horas: a SIC já terá respondido à carta, recusando-se a cumprir a ordem.
A estação de televisão justifica que o programa pretende “auxiliar os pais e educadores a melhorarem a relação com os seus filhos, ajudando-os a estabelecer regras e limites e melhorando a comunicação entre todos, criando uma dinâmica familiar mais saudável”.
A emissora relembra que o programa está no “estrito cumprimento da lei aplicável, tendo sido obtidas as necessárias autorizações” para a realização do mesmo.
A SIC discorda ainda que esteja em causa a aplicação da Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo, “porque tal regime legal se destina a tutelar situações de manifesta gravidade em que os pais, o representante legal ou quem tenha a guarda da criança ou jovem coloque em perigo a sua segurança, saúde, educação ou desenvolvimento“.
A resposta da estação de Carnaxide termina com a alegação de que a CPCJ de Loures “carece de legitimidade legal” para impor que a emissora se abstenha de transmitir e divulgar o programa.
Quanto à possibilidade de ser interposta uma participação ao Ministério Público para averiguação de uma eventual prática de crime, a emissora avança estar disponível para prestar todos os esclarecimentos devidos perante as autoridades.
Fonte: ZAP