Estas são imagens chocantes e que geram, no mínimo, revolta. É o tipo de repressão que já não se esperava ver no século XXI, em plena Europa.

Os cidadãos da Catalunha têm vindo a mostrar um crescente desejo de serem independentes do resto da Espanha. Visto que pensavam viver em democracia, organizaram um referendo para votar esta hipótese.

O referendo não foi autorizado e quando a Catalunha insistiu em fazê-lo de qualquer forma, o Governo central de Espanha mandou a polícia reprimir à força as pessoas que queriam votar.

Independentemente de haver ou não razões para o referendo separatista da Catalunha, o que se vê aqui basicamente é um Estado Espanhol a deixar cair a máscara de preocupação com os cidadãos e a revelar o verdadeiro interesse de qualquer Estado: controlar, reprimir, coletar impostos.

“Queres ser independente? Tafoder, não podes. Queres votar em referendos? O crl é que votas. E se tentares levas nos cornos, porque quem manda aqui somos nós.”

Todos vivemos exactamente nesse contexto mas se nos portarmos bem, pagarmos os nossos impostos e não questionarmos as coisas, o Estado não tem de mostar a sua verdadeira cara. É duro perceber isto, quando alguém o desafia. Somos todos escravos.

As cenas de violência para com mulheres, idosos e pessoas que estavam apenas a tentar votar, dão a volta ao estômago de qualquer um. Não há palavras para isto. Vê o video.. estas são imagens captadas pelos próprios cidadãos, não por canais de TV.

Apesar de o que se vê nas imagens ser violencia policial, os polícias são apenas ferramentas, é a ponta do iceberg. Isto é violência do Estado para com os seus cidadãos.

A presidente da Câmara Municipal de Barcelona, Ada Colau, informou que a autarquia prestará apoio jurídico aos feridos das cargas policiais de hoje.

Carles Puigdemon, presidente catalão indica que avançar para a declaração da independência da região. “As instituições catalãs têm o dever de aplicar o que o povo decidiu”, afirmou, anunciando que irá ao parlamento defender o direito da Catalunha a tornar-se “um Estado independente, sob a forma de República”, conforme dizia a pergunta da polémica consulta de hoje.

Puigdemon pede ajuda à União Europeia contra a “repressão” e os “abusos” de que acusa as autoridades espanholas. Intervindo no rescaldo do referendo ilegal de hoje, e sem que haja resultados declarados, defende que a questão catalã “já é europeia”, e não meramente espanhola.