NOVIDADES? Nenhumas. Apenas provas de algo que toda a gente sabe.

Um escritório de advogados do Panamá, especializado na criação de empresas offshore, foi atacado informaticamente, tendo sido roubados os documentos dos seus clientes. O resultado foi o maior leak de informação dos últimos tempos.

Os documentos mostram como os mais ricos do mundo, desde políticos a empresários, passando por jogadores de futebol e traficantes de armas e droga, escondem o seu dinheiro para não pagar impostos ou ocultar atividades ilegais.

São mais de 200 mil empresas fictícias criadas apenas por este escritório para esconder fortunas. Relembremos que isto é um leak de apenas UM escritório de advogados especializado em offshores. Há montes deles. Dá que pensar.

O Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo, ICIJ, revelou este domingo milhares de documentos sobre empresas criadas em paraísos fiscais e quantias enormes de dinheiro pertencentes a políticos, empresários, criminosos e celebridades.

Chefes de Estado e de Governo em exercício e reformados, políticos, grandes empresários, desportistas de elite, actores e artistas de prestígio mundial figuram como titulares ou ligados a empresas de fachada em offshores.

Os nomes destas personalidades vieram a público na sequência de uma fuga de documentos do escritório de advogados panamenho Mossack Fonseca, especializado na criação de empresas offshore. Só este escritório criou mais de 200 mil empresas offshore para esconder o dinheiro dos ricos deste mundo.

O caso, que já ganhou destaque na imprensa mundial e foi baptizado de “Panama Papers“, foi investigado durante um ano por cerca de 400 jornalistas em 80 países.

Os arquivos foram entregues por uma fonte anónima ao jornal alemão “Süddeutsche Zeitung” e são considerados a maior fuga de informação dos últimos tempos.

De acordo com a investigação, o presidente russo, Vladimir Putin, familiares do líder chinês Xi Jining, a família real saudita, e primeiro-ministro da Islândia David Gunnlaugsson, o jogador de futebol argentino Lionel Messi e o actor Jackie Chan estão entre os clientes da Mossack Fonseca.

Os documentos contêm dados de operações de 214 mil empresas criadas offshore pela Mossack Fonseca.

Entre as personalidades que emergem dos 11,5 milhões de documentos filtrados pelo Wikileaks e pelo ICIJ figuram ainda o ex-presidente da UEFA Michel Platini, o novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, e personalidades ligadas a 72 chefes ou ex-chefes de Estado ou de Governo.