A Rússia pediu que seus cidadãos que se encontram na Turquia voltem para casa, dias depois de um avião militar russo ter sido abatido pela aviação turca.
Há quem tema que isso seja sinal de que a Russia planeia lançar um ataque à Turquia em resposta à “facada nas costas”, embora isso não seja de todo o motivo mais provável neste momento.
O responsável pela política externa russa justifica o pedido com a necessidade de proteger os cidadãos russos das ameaças terroristas existentes na Turquia. Entretanto na Russia, entidades turcas, como a embaixada e negócios, estão a ser vandalizados em retaliação pelo avião abatido.
“Dadas as atuais ameaças terroristas em território turco, recomendamos aos russos que se encontram no país por motivos pessoais que voltem para a Rússia”, informou o ministério dos Negócios Estrangeiros russo. A tensão entre os dois países aumenta a olhos vistos.
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou o ataque mas deixou bem claro que não pretende fazer escalar um conflito com a Rússia, diz a Reuters.
Em declarações esta quarta-feira, o líder turco disse que os militares agiram apenas para defender a sua segurança, assim como os “direitos dos nossos irmãos” na Síria.
Não muito convencido continua o chefe de estado russo, que já garantiu que este episódio não é nada mais do que “uma facada nas costas” que vai ter “consequências sérias”.
Vladimir Putin acusou a Turquia de ser um cúmplice direto do Estado Islâmico, já que o avião russo não estava a ameaçar o caça F-16 turco que o derrubou, avança o El País.
O chefe de estado criticou ainda o facto de a Turquia, em vez de entrar imediatamente em contacto com a Rússia para resolver a questão, se ter dirigido antes aos parceiros da NATO.
Conflito armado entre Russia e Turquia está iminente?
— Ainanas.com (@ainanas) November 27, 2015
Foi como “se tivéssemos derrubado o avião deles, e não eles o nosso”, afirma Putin. E ainda deixou uma questão no ar: “Será que querem colocar a NATO a serviço do EI?”.
Por esses motivos, a Rússia está pronta para pôr um ponto final em todos os projetos comerciais com a Turquia, avançou o jornal russo Kommersant, citado pela Sputnik.
Uma fonte da administração presidencial russa declarou que as decisões em relação a Ancara vão ser “duras”, tendo uma forte influência nas relações bilaterais dos dois países em várias áreas, incluindo a energética.
De acordo com as informações apuradas pelo jornal, a maior empresa petrolífera russa, a Gazprom, vai avaliar novamente a realização do projeto de gasoduto em território turco, também chamado de Turkish Stream.
Por sua vez, o chanceler russo Sergei Lavrov cancelou a sua visita à Turquia e avisou os cidadãos russos sobre possíveis ameaças terroristas na península da Anatólia, pedindo para que não voem até território russo.
Pelo mesmo caminho foi a Agência Federal do Turismo da Rússia, também conhecida por Rosturizm, ao proibir a venda de vouchers com viagens a território turco.