A China construiu o supercomputador mais rápido do mundo recorrendo apenas a microchips fabricados no país, conseguindo posicionar-se assim pela primeira vez no topo da indústria sem utilizar tecnologia norte-americana.
Cada vez mais “made in china”, não é sinónimo de falta de qualidade e contrafação. Isso ainda existe, é certo, mas também é de lá que vêm os produtos topo de gama e o desenvolvimento tecnológico fervilha intensamente.
Nos últimos três anos, a China conseguiu manter-se no topo da lista de supercomputadores mais poderosos do mundo com o Tianhe-2, fabricado na China com chips da firma norte-americana Intel.
O novo Sunway TaihuLight é duas vezes mais rápido do que o anterior recordista, indicou o estudo publicado pelo portal de supercomputadores Top500. O seu poder de processamento é tão grande que consegue ser quase três vezes mais rápido do que o Tianhe-2 a processar a ferramenta de benchmark LINPACK.
O supercomputador mais poderoso do mundo utiliza processadores com 260 núcleos por unidade de processamento, desenvolvidos pelo Centro Nacional de Pesquisa de Computação Paralela, Engenharia e Tecnologia localizado em Beijing.
A sua performance acaba com a “especulação de que a China precisará de depender de tecnologia ocidental para competir efetivamente no alto nível da supercomputação”, refere a pesquisa.
Com 167 supercomputadores, a China ultrapassou também os EUA pela primeira vez em número total destas máquinas, indica a pesquisa.
O Sunway TaihuLight opera no centro nacional da China para supercomputadores, na cidade de Wuxi, leste do país, e será utilizado para modelação climática e pesquisa científica.
Os supercomputadores que fazem parte da lista do Top500, que é realizada anualmente, são classificados de acordo com a velocidade atingida num teste conduzido por especialistas da Alemanha e EUA.
Entre os dez computadores mais rápidos do mundo, dois estão na China, quatro nos EUA, e os restantes no Japão, Alemanha, Suíça e Arábia Saudita.
A China tem realizado grandes investimentos nas áreas da ciência e tecnologia, ilustrando a transição económica preconizada por Pequim, que prevê a transformação do país num líder do setor tecnológico.
Para este ano está ainda prevista a abertura do maior radiotelescópio do mundo, no sudeste do país, segundo a imprensa estatal.