Os trajados do ISCTE protagonizaram uma cena invulgar: fizeram um “auto-castigo em massa” liderado pelo Dux Praxis em plena cidade universitária (Lisboa).

O ISCTE-IUL tinha confronto marcado com a FCUL na passada quinta-feira (29 SET 2011). Atrasaram-se 90min, pelo que a FCUL se foi embora.

Compreensivelmente irritado, desiludido e mesmo envergonhado, o Dux Praxis do ISCTE propôs que se fizesse flexões em conjunto, como forma de se auto-castigarem pelo atraso. Cada  um contou as suas flexões e pelo que se vê no video, há ali bons atletas! hehe

NOTA : O próprio DUX foi o primeiro a dar o exemplo e encher.

UPDATE: O Samuel Dias contribuiu para o post com elementos adicionais:

1º- O confronto estava marcado para as 16h30, pelo que o atraso da Comissão de Praxe e dos caloiros do ISCTE-IUL é da inteira responsabilidade do Dux-Praxis e do Conselho de Praxe, que organiza a Praxe entre estes alunos.

2º- A nenhum dos trajados lhe foi dado Voz de Praxe para fazer qualquer tipo de esforço físico. O próprio Dux-Praxis assumiu perante eles a responsabilidade, pelo que cada um, em sequência disso assumiu a responsabilidade que achou que lhes devia respeito. Repito, sem nunca lhe ter sido dado voz para fazer qualquer tipo de esforço físico.

3º- Se é visível na filmagem que toda a Comissão de Praxe se encontra a realizar flexões, não foi por voz de ninguém, mas por consciência, do verdadeiro significado de Praxe Académica no ISCTE-IUL: União, respeito, dedicação e sacrifício pelo colectivo em vez do individual.

4º- Nenhum elemento deu a contagem para outros, pelo que cada um realizou o esforço que cada um achava que deveria de realizar.

5º- O Dux-Praxis não deu Voz de Praxe a ninguém para fazer qualquer tipo de esforço físico, ele próprio o fez em sinal da sua própria responsabilidade. Se a restante Comissão de Praxe o fez, e outros fora da nossa realidade o desaprovam, penso então que a Praxe Académica no ISCTE-IUL têm algo de incomum em outras realidades: Espírito de entre ajuda e consciência dos seus erros, por menores que possam ser.

6º- Isto é prova, do que o próprio significado de Estar em Praxe tem: Todos nós, que praxamos, estamos sujeitos à Praxe. Ou seja, todos nós nos recusamos a dar Voz de Praxe de algo que não sejamos capazes de fazer. Todos nós nos preocupamos com os outros, com o nosso colega, com o colectivo. Nenhum de nós esta conformado com aquilo que já fez, tentamos fazer melhor, sermos pessoas melhores, mais sensíveis às diferenças das pessoas que compõem a Comissão de Praxe e os caloiros do ISCTE-IUL. Todos nós caminhamos a cada dia que passa na direcção de nos tornarmos pessoas melhores, mais respeitadoras dos nossos colegas, mais conscientes do significado das palavras: Colectivo, amizade e compreensão.

7º- Todos nós entendemos que sozinhos não somos ouvidos, mas juntos fazemos a diferença.

8º- Não é vergonha nenhuma um trajado assumir as suas responsabilidades. Vergonha é esconder-se por detrás de traje académico os erros que comete. O Dux-Praxis não os escondeu , nem nenhum membro da Comissão de Praxe o escondeu. E assim eu valorizo e respeito do fundo do meu coração a maturidade que todos nós demonstramos, ao teremos assumido de livre vontade a nossa devida parte da responsabilidade. Dou neste momento a conhecer, que me alegra imensamente, o espírito, os sentimentos de amizade e respeito uns pelos outros presente entre os alunos que compõem a Comissão de Praxe do ISCTE-IUL.

9º- Serve estes presentes pontos para elucidar para a qualidade da responsabilidade que os trajados do ISCTE-IUL têm.

10º- Aqui nesta realidade somos um só, sofremos juntos, choramos juntos, rimos juntos, gritamos juntos, somos ouvidos juntos, defendemos o respeito e a qualidade juntos, e somos melhores juntos. Somos PRAXE DO ISCTE-IUL: Respeito e União.

11º- Todos nós temos amor à Praxe, ao ISCTE-IUL, aos nossos colegas, aquilo que construímos, que tem qualidade e respeito. Não nos envergonhamos daquilo que fazemos, pois ninguém é humilhado e ninguém é obrigado a fazer nada que não queira. Desde caloiros até a qualquer membro da Comissão de Praxe.

12º- Toda e qualquer pessoa que queira fazer comentários sobre esta realidade, deve pelo menos assegurar-se de algo: ter o conhecimento necessário sobre o que ela é.

13º- Posso assegurar, que não conhecendo a totalidade da realidade de Praxe a nível nacional, mas tendo uma consciência bastante apurada sobre diversas e sobre a origem desta, que a Praxe entre os alunos do ISCTE-IUL está bastante acima de todas as outras, no que diz respeito à humildade, ao respeito, à confiança, à entre ajuda, à qualidade e à consciência.

14º- Tenho pena que este video esteja assim isolado do seu contexto, não demonstrando o espírito presente no que diz respeito a valores de responsabilidade.

15º- Penso que é de louvar todos os que ali estão presentes por assumirem cada um a sua devida culpa de um pequeno erro, sem que ninguém lhes tenha pedido que o fizessem, que foi chegar atrasado a um compromisso que tínhamos com outros colegas universitários. Penso que isso sim é civismo, isso sim é ser adulto, isso sim é ter respeito, isso sim é estar preparado para ser um ser humano que pensa no colectivo, isso sim é ser um Homem do Mundo. Um obrigado a todos os alunos que participam na Praxe Académica do ISCTE-IUL e nos ensinaram o que existe entre eles: respeito e união uns pelos outros.