TEATRO: O lado negro e burlesco da vida circense num espetáculo musical e frenético, em tal crescendo de intensidade que só podia culminar na autodestruição.

Um antigo grande Circo, agora em decadência, chega a uma vila qualquer, numa cidade como tantas outras, num espaço temporal que não interessa nada e, mais uma vez, monta a sua tenda.

O Director do circo perdeu recentemente o seu adorado irmão mais velho e parceiro de direcção num acidente de trabalho. Culpa-se secretamente por isso e protege em demasia a sobrinha por quem ficou responsável. Começa a ter pesadelos cada vez mais loucos e frequentes com um circo romano e pessoas que lhe falam em latim nos sonhos.

Começa a desconfiar que terão montado a tenda em cima de um antigo circo romano. Cada vez tem mais a certeza disso. Vai enlouquecendo com essa ideia e com o sentimento de culpa por estar a gerir mal um circo cada vez mais pobre, com menos público e menos segurança. Acaba por tentar destruir o circo enquanto escava o chão, em vão, à procura de alguma coisa.

O espectáculo vai enlouquecendo com ele. Nunca vemos os números de circo propriamente ditos, mas vemos todos os números de circo durante os sonhos e histórias que se vão passando. O espectáculo é musical e frenético, num crescendo que acompanha o declínio do circo em si. Um jovem talentoso e deprimido palhaço está loucamente apaixonado pela inatingível sobrinha do seu patrão.

Passa por tudo para a conquistar, vai contra o seu colega palhaço, bonito, inteligente, maquiavélico, que está apaixonado pela mesma mulher, mas conta a ajuda de uma aberração do circo, que é o seu melhor amigo e confidente. Vive uma história de amor que nasce do lodo para depois o purificar.