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O Melhor Mágico do Mundo é Português
O Melhor Mágico do Mundo é Português

Apesar de sabermos que o Ainanas chega apenas a uma pequena percentagem da população, damos o nosso contributo para chamar a atenção para o talento fenomenal de Helder Guimarães. Esperamos que o país lhe dê o reconhecimento que não tem dado. Vê isto.

Ilustre desconhecido no nosso país, o português Hélder Guimarães, depois de vencer o Campeonato do Mundo de Magia em 2006, ganhou no passado domingo o «Parlour Magician of the Year» na 44.ª Cerimónia da Academia de Artes Mágicas de Hollywood nos Estados Unidos, distinção equivalente ao Oscar do Ilusionismo.

Temos um dos maiores ilusionistas do Mundo. Porque é que o ignoramos?

Apesar de sabermos que o Ainanas chega apenas a uma pequena percentagem da população, e não tem o alcance da televisão, damos o nosso contributo para chamar a atenção para um dos grandes talentos portugueses do momento, esperando que o seu país lhe dê em breve mais reconhecimento do que até agora tem dado.

Um português mencionado pela primeira vez para o mais importante prémio da Magia no Mundo; um português que era o mais novo dos sete nomeados; um português entre cinco norte-americanos e um inglês; um português que acabou por vencer apesar de nunca ter acreditado que poderia ser o distinguido. Hélder Guimarães confessa que foi uma das pessoas mais surpreendidas da sala quando o seu nome foi proferido.

 

Qual a importância de ter ganho o «Parlour Magician of the Year»?
Antes de mais, este prémio é o reconhecimento dos membros da Academia de Artes Mágicas de Hollywood pelo meu trabalho no último ano. De uma forma simples, seria apenas isto. É um prémio que abre algumas portas a nível profissional e que permite que o meu trabalho chegue a um maior número de pessoas de forma mais rápida. Serve como um selo de qualidade dado pela instituição mágica mais importante a nível mundial.

Ficou surpreso com o triunfo? Esperava ganhar ou estava satisfeito por ser apenas nomeado?
Estava satisfeito em estar nomeado. Estava a competir numa categoria com outros seis mágicos de renome os quais cinco são americanos e um é inglês. Além do facto da minha língua materna não ser o inglês, sou o mais novo e era a primeira vez que tinha sido nomeado para um prémio destes. Tal como os Óscares, é muito difícil ganhar na primeira vez que se é nomeado. Felizmente, e para surpresa minha, isso aconteceu e não posso estar mais feliz.

A sua vitória causou surpresa no meio?
Aparentemente, não. Parece mesmo que o mais surpreendido fui eu. Tinha alguns amigos que diziam que eu tinha possibilidades de ganhar. Mas, honestamente, não acreditei quando ouvi o meu nome a ser dito. A reacção da plateia foi incrível e apoiou completamente a decisão dos membros da academia.

Como o Mundo da Magia vê o seu trabalho?
Após a minha vitória no Campeonato do Mundo de Magia em 2006, o meu trabalho tem sido reconhecido entre os meus pares como original e inovador. Acredito que tenho uma abordagem pessoal ao mundo da magia que quebra os preconceitos sobre o que é um mágico ou ilusionista. Não gosto de clichés e nunca achei piada nenhuma ao imaginário que as pessoas têm sobre o que é um mágico. Por isso, desenvolvi o meu estilo pessoal e a minha abordagem para fazer o que gosto como gosto.

O que poderia falar dos seus espectáculos?
São uma mistura entre magia e humor. Tento comunicar ideia e conceitos, de uma forma poética e humorística. Gosto que os espectáculos sejam uma mistura de planeado e espontaneidade. Adoro que os espectadores participem activamente nos meus espectáculos e uso um baralho de cartas como uma arma. E não, não é o truque do «escolhe uma carta e eu vou encontrar». É bem mais do que isso.

O Mundo da Magia continua a encantar os espectadores? O que faz hoje a diferença no meio?
Sem dúvida que continua a encantar os espectadores. O desconhecido, o segredo e a ilusão fazem parte da essência humana e não faz sentido ser humano sem manter estas pequenas regalias na nossa existência. Acho que a diferença entre a magia de hoje e aquilo que se fazia há alguns anos é a honestidade. Como digo num dos meus espectáculos: «A minha profissão é mentir, é enganar o público presente em cada sala de espectáculos. Mas o público sabe que eu vou mentir, que os vou tentar enganar. Por isso, quando minto estou apenas a ser honesto.»

Tem poucos espectáculos em Portugal. Alguma razão especial?
Talvez falta de abertura dos programadores, talvez porque as pessoas não acreditam que ver um espectáculo de magia seja digno, talvez porque não existe mercado para o meu tipo de trabalho… Honestamente, não sei. Existem muitas possibilidades para que isso aconteça ou talvez seja apenas uma estranha coincidência. Não posso fazer mais do que fazer o meu trabalho da melhor forma que o posso fazer. Se isso não é suficiente, acho que está fora do meu alcance mudar as coisas.

Até que ponto este prémio poderá mudar essa situação?
Estes prémios acabam sempre por abrir algumas portas que até aqui não foram abertas. Em 2006, quando ganhei o Campeonato Mundial de Magia, pensei que o meu trabalho seria mais reconhecido em Portugal e isso não aconteceu. Talvez porque não tenho o desejo de ser famoso, apenas as pessoas que realmente vêm o meu trabalho saibam quem são. Honestamente, é uma situação que não me incomoda. Gosto de fazer o que faço como faço e quero continuar assim. Se a instituição mais importante a nível mundial na minha área me atribuiu este prémio, acho que estou a fazer algo correcto. Como disse antes: não posso fazer mais do que fazer o que faço da melhor forma que o posso fazer.

Como vê a Magia em Portugal?
As coisas que tenho visto, e confesso que não tenho seguido de perto o trabalho dos meus colegas, são bastante básicas e simples. Acredito que apenas têm espaço porque existe um desconhecimento grande daquilo que a magia já é e daquilo que pode ser. Com duas ou três excepções, não consigo vislumbrar muito talento. Acho que muitos mágicos cometem o erro de pensar que são superiores ao público só porque sabem o segredo. Este tipo de ego não me agrada.

Fonte: Diario Digital
Tnks: Pedro Cruz

 


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