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LJUBOMIR REVOLTADO com Medidas de Combate à Pandemia
LJUBOMIR REVOLTADO com Medidas de Combate à Pandemia

O chef Ljubomir tem usado as redes sociais para sentir a sua raiva, revolta e descontentamento para as medidas que sente como particularmente castigantes para o seu sector: a restauração. 

O chef Ljubomir tem usado as redes sociais para sentir a sua raiva, revolta e descontentamento para as medidas que sente como particularmente castigantes para o seu sector: a restauração.

São ovelhas mas podiam ser bodes. Porque é assim que nos sentimos: o bode expiatório no meio desta merda toda. Nós que nos enchemos de álcool-gel, que desinfectamos toda e qualquer superfície antes de um cliente se sentar às nossas mesas e depois de sair, que higienizamos casas-de-banho, balcões, maçanetas e o que mais houver, que aumentámos a distância entre mesas e sacrificámos metade dos lugares em nossas casas, que vestimos as nossas equipas com máscaras, comprámos termómetros e implementámos um conjunto de regras mais adequadas a um hospital que propriamente ao sector da hospitalidade. E pergunto: quem faz este papel nos transportes públicos que seguem à pinha em hora de ponta? Nos comboios, no metro, nos autocarros? Quem faz este papel nos supermercados? Alguém? Eu nunca vi, confesso. Mas claro, a restauração que aguente. A restauração que cale. A restauração que feche. Em direcção ao precipício, a acenar-nos com falsas medidas e a esperar que nós, as ovelhas, sigamos em linha recta e em silêncio. Foda-se. (Arte do @hugomakarov )”

Chef Ljubomir Stanisic

Num extenso testemunho pessoal, o chef transmite a sua preocupação e apela a mobilização por parte dos seus colegas da restauração.

Cansaço. Raiva. Frustração. Sinto isto tudo. Em Março, fui uma das vozes que defendeu publicamente o encerramento dos restaurantes. Porque enfrentávamos pela primeira vez uma pandemia que não conhecíamos, não sabíamos exactamente como se propagava ou como nos poderíamos proteger. Porque a saúde e as pessoas tinham (têm) de estar primeiro. Até porque, sem elas, não existe sequer economia.

Nos mais de dois meses que estivemos encerrados e desde então, tivemos tempo. Para aprender mais sobre o vírus, para definir regras para o funcionamento dos restaurantes salvaguardando trabalhadores e clientes, para estabelecer protocolos que nos permitem manter a economia a funcionar sem comprometer a saúde.

A maioria dos restaurantes têm sido exemplares no cumprimento das regras. Cumprimos tudo o que nos recomendaram e pediam e fomos mais além. Falo por nós, 100 Maneiras, mas também pelos muitos restaurantes de colegas e amigos que vi reinventarem-se com uma capacidade de adaptação admirável.

Os fins-de-semana são cruciais para a sobrevivência dos restaurantes. É preciso fazer alguma coisa, é certo, mas num momento em que os restaurantes serão provavelmente dos sítios onde as normas se seguem mais à risca, esta é uma medida com uma eficácia de que duvido muito e com um custo potencialmente letal para todos os que trabalham directa ou indirectamente neste sector. São cozinheiros, copeiros, ajudantes, empregados de sala, escanções, hosts, administração, equipas de comunicação, pessoal da manutenção, mas são também os fornecedores, produtores, todos aqueles cujos produtos não encontrarão forma de ser escoados.

São centenas de bocas que ficarão por alimentar. Bem sei que a restauração não é o único negócio afectado, que este é um momento duríssimo para todos. Mas permitam-nos fazer parte da solução. Não nos deixem para trás. Da nossa parte, o compromisso é absoluto. Só queremos sobreviver.

Porque não é só da doença que se morre… Por isso, se puderem, vão comer: aos restaurantes de bairro, aos estrelados, aos tradicionais, aos familiares, aos alternativos… Mas vão. Não podemos ficar de braços cruzados a ver um sector morrer. Malta da restauração, façam-se ouvir!

LJUBOMIR conta que deixou RICARDO SALGADO a cagar-se 3 dias


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Categoria/s: Curiosidades