O suicídio “é uma hipótese muito presente na investigação” da morte do português Artur Pimentel, ocorrida na quarta-feira passada, em Lloret de Mar, revelou Meritxell da polícia de Girona. As autoridades espanholas não descartam a hipótese de o rapaz se ter atirado da varanda do hotel espanhol, onde estava hospedado com amigos, todos em viagem de finalistas, ainda que a justificação “acidente” seja “a mais provável”. “Estamos a investigar e a interrogar todas as pessoas que estavam no hotel e nas proximidades”, garantiu  Meritxell.
A tese da polícia espanhola foi ontem afastada pelos pais de Artur: “Ele era um miúdo fora de série, espectacular, bom aluno, dava-se bem com os colegas e tinha bom ambiente em casa”, disse o pai do rapaz, José, à agência Lusa, acrescentando que era normal Artur “debruçar-se nas varandas”.

20 valores

Eram 17h00 quando “toda a gente ouviu o estrondo” na piscina do Hotel Esmeralda. Durante quatro minutos a equipa de emergência local “fez de tudo” para evitar a morte de Artur Pimentel de 17 anos, explicou o colaborador da Sporjovem [operadora de viagens], Miguel Nicolau. Na tarde de quarta-feira, o estudante do colégio católico de Lamego, não quis ir com os colegas visitar Barcelona e preferiu ficar no hotel “para descansar”. Por estar sozinho no quarto, a polícia descartou a hipótese de homicídio.
Minutos antes do acidente, Artur terá subido no elevador com dois agentes de viagens, sendo esta a última vez que foi visto antes de cair do 3º. andar, para o pátio. O jovem foi depois transportado do local do acidente, já sem vida, por elementos do Instituto de Medicina Legal.
“Era um miúdo muito certinho, um óptimo aluno – de dezoitos e dezanoves – mas nestas situações os miúdos bebem sempre uns copos. Não estranho nada que não tenha querido ir a Barcelona”, disse ao i fonte próxima da família de Artur. A mesma fonte acrescentou que Artur “tinha peso a mais, quase cem quilos, e por vezes o desequilíbrio torna-se mais fácil nestes casos”.
Os pais estão na Catalunha e são acompanhados a tempo inteiro por um elemento do consulado e por dois colaboradores da Sportjovem. Miguel Nicolau confirma que o relatório da autópsia já está nas mãos dos pais. “Traumatismo craniano encefálico”, este é, de acordo com a Lusa, o teor do relatório. No entanto, as análises do laboratório aos fluidos ainda não foram concluídas.

Festa de arromba

“Noites, bebedeiras e muita droga” é, desta forma, que Nuno Dias – um dos fundadores da era Lloret – define a semana de finalistas. Vai mais longe e afirma que é “totalmente normal” todos os anos haver problemas com os estudantes portugueses na cidade, porque a operadora Sportjovem não garante aos cerca de 10 mil jovens “a melhor organização”. Nuno Dias defende que os 500 mil euros que empresa lucra todos os anos com a viagem são mais do que suficientes “para dinamizar actividades diurnas e dar melhores condições aos alunos”.

Tnks: Dannyhell