O LSD está de volta em grande. Depois de ter conhecido o seu auge nos anos 60 e 70, uma das substancias mais interessantes ao nosso dispor está a ser redescoberta no contexto das exigentes profissões criativas de hoje em dia.
Em Silicon Valley, por exemplo, já é algo bastante popular. Usando microdoses, quantidades que não chegam para “trippar”, utilizadores descrevem um estado expandido de consciência. Um pensamento mais claro, criatividade espetacular, redução da ansiedade e melhor gestão de tempo são apenas algumas das vantagens relatadas.
Um número crescente de profissionais de Silicon Valley, a “morada” na Califórnia das maiores empresas de alta tecnologia do mundo, anda a recorrer a LSD para conseguir render mais no trabalho.
De acordo com a revista Rolling Stone, há cada vez mais trabalhadoras das áreas da programação, do web design e outras a experimentarem “micro-doses” de drogas alucinogénicas para conseguirem ser mais produtivos em profissões que são muito exigentes.
E, aparentemente, este consumo regular estará a surtir resultados positivos, pelo menos nalguns casos, como conta um destes trabalhadores, identificado apenas como Ken, na referida publicação.
“A micro-dosagem ajudou-me a apresentar alguns novos designs para explorar e novas formas de pensar. Ficaria surpreendido com o número de pessoas que o andam a fazer. É incrivelmente louco”, destaca este trabalhador de Silicon Valley.
Uma micro-dose de LSD tem cerca de 10 a 15 microgramas, o que constitui cerca de uma décima parte daquilo que é considerado uma dose normal, conforme se salienta na Rolling Stone.
Esta quantidade da droga psicadélica é suficiente para “sentir uma pequena elevação na energia, um pouquinho de perspicácia, mas não tanta que se fique a tripar”, explica na revista o fundador e director da Associação Multidisciplinar para Estudos Psicadélicos, Rick Doblin.
O investigador James Fadiman, que se dedica há anos ao estudo de drogas psicadélicas, é um acérrimo defensor da micro-dosagem, considerando que esta acarreta efeitos benéficos.
“As pessoas fazem-no e comem melhor, dormem melhor, frequentemente voltam a fazer exercício ou yoga ou meditação. É como se as mensagens passassem pelos seus corpos mais facilmente. Também aumenta a capacidade de trabalho e a concentração.”
James Fadiman
Apesar de tudo, não há consenso em torno deste assunto, mas há quem defenda a necessidade de estudos científicos para apurar se a micro-dosagem com drogas psicadélicas pode, de facto, acarretar benefícios.
O LSD foi uma droga muito popular nos anos de 60 e 70 do século passado, e estará agora a viver uma segunda fase de “glória”, granjeando uma popularidade recente, sobretudo entre os mais jovens.