Não é fácil fazer isto. Mesmo quem tem condições para o fazer, muitas vezes acha que simplesmente não pode.
A pressão do “percurso” que queremos para nós pode ser esmagadora e os médicos sabem isso na pele. O seu percurso académico é particularmente longo, trabalhoso e por vezes frustrante. Os exames, as vagas, as especialidades, os estágios, as colocações. Como é que se pode simplesmente parar durante um ano para ir viajar sem perder o comboio e ficar irremediavelmente para trás?
O João tem 27 anos e o ano passado decidiu que tinha de fazer uma pausa. O chamado ano sabático é muito popular lá fora e há culturas em que é visto até como uma parte fundamental da educação, sendo o que permite a uma mente respirar, explorar por si, descobrir outras formas de viver.
Cá não é muito frequente, nem sequer olhado como bons olhos por muita gente, que o vê como balda. Somos um povo muito exigente com o trabalho.. dos outros.
Quem tem a coragem de seguir aquilo em que acredita pode no entanto descobrir que é possível gerir as coisas de forma a que a pausa seja apenas uma pausa, e que tudo esteja cá à espera para continuar, com energia renovada, depois da experiência.
No caso do João a experiência foi ir durante mais de 5 meses para uma viagem de mochila às costas pela América do Sul (Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia).
Na Colômbia esteve 3 meses e chegou a trabalhar num Party Hostel como voluntário durante 1 mês, em Santa Marta. Uma semana depois de ter chegado à Argentina, um outro viajante deu-lhe a ideia de usar uma aplicação para registar 1 segundo de cada dia da sua viagem e depois compilar tudo num vídeo no final. Este foi o resultado!
É giro ver que ele viajou milhares de quilómetros ao longo de 153 dias mas, como sempre, o que mais marcou não foram os sítios incríveis mas sim as pessoas fantásticas que se cruzam no nosso caminho. Todos os momentos inesperados que vivemos com elas tornam-se inesquecíveis.
Que sirva para te inspirar para pensares fora da caixa, fazeres aquilo que é importante para ti e viveres sem o pior arrependimento: o de não ter feito algo que querias e depois já ser tarde demais.